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Finlândia proíbe entrada de imigrantes vindos da Rússia no país

Governo finlandês acusa Moscou de enviar ondas de estrangeiros pela fronteira compartilhada para provocar caos no país, em retaliação à sua adesão à Otan

Por Da Redação
Atualizado em 12 jul 2024, 15h43 - Publicado em 12 jul 2024, 15h33

O parlamento da Finlândia aprovou nesta sexta-feira, 12, uma lei que proíbe a entrada de imigrantes vindos da Rússia por sua fronteira compartilhada, de mais de 1.000 quilômetros. A divisa foi completamente fechada depois que cerca de 1.300 estrangeiros entraram em território finlandês a partir do país que trava há quase dois anos e meio uma guerra contra a Ucrânia.

Segundo o governo finlandês, Moscou estaria encorajando imigrantes de países como a Síria e a Somália a cruzar a fronteira com objetivo de criar caos no país nórdico, afirmação que o Kremlin já negou. Helsinque também afirmou que a iniciativa seria uma retaliação à sua adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que a administração de Vladimir Putin enxerga como ameaça existencial. A entrada da Finlândia na aliança militar rompeu com décadas de neutralidade e irritou o governo russo.

Tensão na fronteira

No ano passado, a Finlândia fechou a fronteira terrestre com o seu vizinho problema. Com essa nova legislação, as autoridades podem negar os pedidos de asilo e remover os imigrantes que já haviam adentrado o país.

Embora a medida esteja em desacordo com os compromissos internacionais de direitos humanos do país, já que forçar imigrantes a regressarem às nações de origem é ilegal segundo a legislação europeia, o primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, afirmou que o projeto de lei é importante para a segurança nacional.

“Esta é uma mensagem forte para a Rússia, uma mensagem forte para nossos aliados, de que a Finlândia cuida de sua própria segurança, nós cuidamos da segurança da fronteira da União Europeia”, disse Orpo logo após a votação.

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Alguns grupos de direitos humanos alertaram que o projeto de lei minaria a reputação da Finlândia como uma nação liberal que respeita as convenções internacionais. A Anistia Internacional declarou em junho, quando o projeto estava sendo redigido, que uma medida como essa colocaria em risco “os direitos das pessoas que buscam segurança”, além de “levar à arbitrariedade e à violência na fronteira”.

O projeto de lei, porém, conta com apoio amplo dos finlandeses. Cerca de 65% disseram ser favoráveis a legislação, e apenas 19% se declararam contra.

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