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Facebook tira do ar páginas de extrema direita antes de eleição na Espanha

Empresa negou motivação ideológica e afirmou que as páginas violavam a política de autenticidade da rede

Por Da Redação
25 abr 2019, 13h40

O Facebook tirou do ar várias páginas ligadas a partidos de extrema direita da Espanha. Juntas, elas alcançavam quase 1,7 milhão de pessoas. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira, 25, poucos dias antes das eleições nacionais espanholas, no domingo 28, em que é esperada uma ascensão do apoio ao conservadorismo do partido Vox.

As páginas foram banidas depois de uma investigação da Avaaz, uma organização não governamental americana pela prevenção de crimes cibernéticos, apontar comportamentos suspeitos em uma série de perfis ligados à extrema direita.

O Facebook negou que as páginas espanholas tenham sido tiradas do ar por seu conteúdo. “Nós removemos uma série de contas duplicadas ou falsificadas que violavam nossa política de autenticidade, assim como uma página que violou as normas de mudança de identidade”, declarou um porta-voz do Facebook ao jornal britânico The Guardian. “Nós não estamos removendo contas ou páginas por comportamento coordenado de falsificação.”

Entre as postagens ofensivas das páginas derrubadas na Espanha estão a foto montagem de um opositor fazendo uma saudação nazista e mensagens de teor misógino, homofóbico e islamofóbico.

Entre as contas deletadas, a maior era a da Unidade Nacional Espanhola (UNE), com mais de 1,2 milhão de seguidores. A UNE, somada às outras, tinha mais de 7 milhões de interações mensais.

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A Espanha vivia em aparente imunidade à tendência de governos de extrema direita na Europa, com um primeiro ministro socialista, Pedro Sánchez. Mas em dezembro do ano passado, o Vox surpreendeu ao ganhar 12 assentos na Câmara regional de Andaluzia.

Desde então, o partido ultraconservador firmou uma coalizão com o Partido do Povo (PP) e com o Cidadãos, de centro direita, complicando ainda mais a divisão do Parlamento espanhol. Sem conseguir aprovar leis, Sánchez foi obrigado a antecipar as eleições no país.

O Vox foi fundado há seis anos por dissidentes do PP. A expectativa é que a legenda angarie 11% dos votos no pleito deste domingo, sendo o primeiro partido de extrema direita a ocupar mais de um assento no Parlamento desde a redemocratização da Espanha, depois da morte do General Franco em 1975.

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O governo espanhol vem apoiando a iniciativa de proteger o acesso às informações das eleições gerais do domingo e também das eleições para o Parlamento Europeu, no próximo dia 26 de maio.

O projeto de resguardar os eleitores das notícias falsas e prevenir ataques virtuais é descrito como “uma série de medidas preventivas, combativas e coodenadas, pensadas para garantir o livre exercício dos direitos e da liberdade no processo eleitoral.” Apesar da declaração, o governo não se envolveu no rastreamento de rede feito pelo Avaaz e acatado pelo Facebook.

Interferência no Reino Unido

Na última semana, o Facebook anunciou o banimento das contas de diversas organizações e indivíduos ligados à extrema direita do Reino Unido. A punição incluiu legendas como o Partido Nacional Britânico (BNP) e o Britain First e o grupo islamofóbico English Defence League (EDL). Até pouco tempo atrás, a empresa se esquivava da responsabilidade por discursos de ódio propagados em sua rede social.

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