Facebook identifica tentativas de interferência em eleição nos EUA
Rede social desativou 32 páginas e contas no Facebook e Instagram que poderiam impactar no pleito legislativo de novembro deste ano
O Facebook identificou uma campanha coordenada de dezenas de contas não autênticas em sua plataforma que supostamente tentavam influenciar politicamente as eleições legislativas de novembro nos Estados Unidos, informou o jornal The New York Times nesta terça-feira 31.
A rede social disse nesta terça-feira que removeu 32 páginas e contas do Facebook e do Instagram por estarem envolvidas em “comportamento não autêntico coordenado”.
O assunto já havia sido discutido com congressistas americanos enquanto a companhia investigava a possibilidade de interferência eleitoral.
Entre abril de 2017 e junho de 2018, os perfis patrocinaram 150 anúncios que custaram um total de 11.000 dólares (41.300 reais). Eles foram pagos em dólares americanos e canadenses, segundo o New York Times.
As páginas também criaram quase trinta eventos no mesmo período. O maior deles atraiu o interesse de 4.700 membros da rede social.
“Esse tipo de comportamento não é permitido no Facebook porque não queremos que pessoas ou organizações que criam redes de contas enganem os outros sobre quem são ou o que estão fazendo”, disse a empresa em seu site.
“Ainda estamos nos estágios iniciais de nossa investigação e não temos todos os fatos, incluindo quem pode estar por trás disso”, disse o Facebook. “Mas estamos compartilhando o que sabemos hoje, dada a conexão entre esses maus atores e os protestos que estão planejados em Washington na próxima semana. Vamos atualizar este post com mais detalhes quando os tivermos, ou se os fatos que temos mudarem”, acrescentou a companhia comandada por Mark Zuckerberg.
O Facebook afirmou, ainda, que “quem configurou as contas foi muito longe para obscurecer as verdadeiras identidades”.
Eleições presidenciais
A companhia informou que também encontrou evidências de interferência externa política e coordenada nas eleições de 2016, quando Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos. A investigação do governo americano sobre o pleito segue em andamento e é comandada pelo procurador especial Robert Mueller.
Além das tentativas de manipular a votação, o Facebook alega ter encontrado em sua plataforma páginas que buscavam interferir em outros movimentos políticos dos Estados Unidos, inclusive nas manifestações racistas em Charlottesville, Virgínia, no ano passado.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)