Explosão de gás cria ‘inferno’ e deixa mortos e feridos no Quênia
Vídeos publicados nas redes sociais mostram pessoas gritando em meio às chamas
Um caminhão que transportava cilindros de gás liquefeito de petróleo, popularmente conhecido como gás de cozinha, explodiu nesta quinta-feira, 2, e deixou três mortos e ao menos 270 feridos em Nairóbi, capital do Quênia. O veículo estava em um armazém supostamente irregular, já que teve vários pedidos de operação negados no ano passado devido à proximidade a áreas residenciais, informou a Autoridade Reguladora de Energia e Petróleo do país. Ao menos 24 dos feridos estão em estado grave, aumentando receio de que o número de vítimas pode crescer nas próximas horas.
Segundo o jornal britânico The Guardian, testemunhas escutaram sons similares aos de vazamento de gás antes de presenciarem uma impressionante bola de fogo, que se espalhou por casas e outras instalações na área de Mradi, no bairro de Embakasi. Um cilindro de gás voou e incendiou armazém de vestuário e têxteis. A explosão aconteceu por volta de 23h30 no horário local (5h30 em Brasília), quando grande parte das famílias estavam em suas casas, disse o porta-voz do governo queniano Isaac Mwaura.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram pessoas gritando em meio às chamas.
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Trauma e inação
Ao jornal britânico, Caroline Karanja informou que a polícia impediu que retornasse a sua casa e que o cheiro da fumaça era sufocante. O morador Charles Mainge complementou que as pessoas abandonaram seus lares assim que escutaram a primeira explosão, que foi seguida por outras, e disse que o governo “não fez nada” para impedir a catástrofe, já que sabia da ilegalidade e não tomou as providências necessárias para proteger a população.
A inação levou funcionários do governo a serem acusados de aceitar subornos para ignorar códigos de construção e regulamentos. Em comunicado, a Autoridade Reguladora de Energia e Petróleo afirmou que o local de armazenamento de gás apresentou pedidos de licenças de construção para uma central no ano passado, mas que foram rejeitados por não atender os “critérios estabelecidos para uma planta de armazenamento e enchimento de GLP [gás liquefeito de petróleo] naquela área”, especialmente as “distâncias de segurança estipuladas”.