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Ex-presidente da Coreia nega plano de golpe ao enfrentar tribunal por suposta insurreição

Promotores argumentam que a declaração de lei marcial de Yoon Suk-yeol não tinha fundamento legal; eleições acontecem em 3 de junho

Por Ernesto Neves Atualizado em 14 abr 2025, 07h54 - Publicado em 14 abr 2025, 07h33

O ex-presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol negou nesta segunda-feira, 14, as acusações de tentativa de insurreição durante a primeira audiência do julgamento que investiga sua tentativa frustrada de instaurar a lei marcial no fim de 2024.

Yoon é acusado pelo Ministério Público de ter articulado uma insurreição com a finalidade de desestabilizar a ordem constitucional do país.

A tentativa de impor a lei marcial, ocorrida em 3 de dezembro, foi anulada poucas horas depois. A oposição classificou o episódio como uma tentativa malsucedida de golpe contra o governo civil.

Suspenso de suas funções em dezembro, o ex-presidente teve seu afastamento oficializado em 4 de abril, após votação no Parlamento.

Durante a sessão, Yoon — que atuou como promotor antes de entrar para a política — pediu que o material da acusação fosse exibido em um monitor e iniciou uma réplica meticulosa, contestando cada ponto apresentado pela Promotoria.

Entre os elementos reunidos pelo Ministério Público estão registros que indicam a intenção do ex-presidente de decretar lei marcial e mobilizar tropas até o Parlamento, com ordens para invadir o edifício, quebrar vidraças e interromper o fornecimento de energia.

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“Considerar como insurreição um episódio que foi breve, não envolveu confrontos e no qual acatei prontamente a dissolução da Assembleia Nacional é, a meu ver, uma interpretação jurídica sem fundamento”, declarou Yoon diante do tribunal.

Dois generais de alta patente prestaram depoimento nesta segunda-feira à tarde como testemunhas no julgamento de Yoon Suk-yeol.

Um deles, Cho Sung-hyun, do Comando de Defesa da Capital do Exército, afirmou ter recebido ordens diretas para mobilizar tropas com a missão de “arrastar” parlamentares para fora do plenário durante a breve vigência da lei marcial imposta pelo ex-presidente.

Yoon negou a acusação, afirmando que jamais deu tal comando.

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A ordem de lei marcial, emitida em 3 de dezembro sob a justificativa de combater supostos elementos “antiestatais”, foi rapidamente revogada após resistência de funcionários do Parlamento, que utilizaram barricadas e extintores de incêndio para impedir a entrada de soldados das forças especiais. No mesmo dia, os legisladores votaram pela anulação da medida.

O Tribunal Constitucional, ao validar a destituição de Yoon, declarou que a decisão de instaurar a lei marcial abalou profundamente a sociedade sul-coreana, gerando instabilidade generalizada nas esferas política, econômica e diplomática.

A Promotoria o acusa de orquestrar um plano de insurreição — crime que, segundo a legislação vigente, pode ser punido com prisão perpétua ou até mesmo pena de morte, embora a Coreia do Sul não realize execuções há décadas.

A tentativa fracassada de suspender o governo civil expôs ainda mais as tensões ideológicas entre conservadores e progressistas, colocando as Forças Armadas sob intensa pressão quanto ao cumprimento ou não das ordens presidenciais.

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Na última sexta-feira, Yoon deixou a sede do governo e retornou ao seu antigo apartamento, localizado a poucos quarteirões do tribunal de Seul.

Acompanhado da esposa e de seus animais de estimação, foi recebido por uma multidão de apoiadores conservadores.

Em declarações recentes, o ex-presidente se mostrou desafiador e prometeu “seguir apoiando” seus seguidores — postura criticada pela oposição, que o acusa de viver em negação e de não ter feito um pedido genuíno de desculpas.

Com a renúncia definitiva de Yoon, o país se prepara agora para eleições presidenciais antecipadas, marcadas para 3 de junho. Ainda é incerto se o ex-líder poderá exercer algum papel relevante na corrida eleitoral.

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Enquanto isso, os principais nomes da política já se movimentam. Lee Jae-myung, líder do Partido Democrata e favorito nas pesquisas, visitou uma startup de tecnologia nesta segunda-feira e prometeu ampliar investimentos em inteligência artificial, flexibilizando regras para impulsionar o setor.

Já Hong Joon-pyo, ex-promotor e rival de Yoon nas últimas primárias conservadoras, anunciou oficialmente que tentará novamente chegar à presidência.

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