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Ex-piloto fez denúncias contra companhia aérea de avião que caiu em Cuba

Aeronaves voavam sem radar e com motores falhando. Mecânicos reclamam de falta de peças

Por EFE
19 Maio 2018, 19h49

O ex-piloto Marco Aurélio Hernández, que trabalhou para a Global Air, a companhia aérea proprietária do avião que caiu na sexta-feira em Havana deixando 110 mortos, tinha denunciado às autoridades que várias vezes voou em aeronaves da empresa com problemas técnicos.

Em entrevista ao jornal Milenio, Hernández afirmou que trabalhou para companhia aérea entre 2005 e 2013. Desde seu início na empresa, o ex-piloto disse que informou aos donos da Global Air sobre os problemas, mas não obteve resposta alguma.

Hernández contou, entre outras coisas, que voou pela América do Sul sem radar. Em algumas ocasiões, os motores das aeronaves falharam, e os mecânicos reclamavam de falta de peças para reposição.

A primeira denúncia foi apresentada por ele ao diretor-geral de Aeronáutica Civil da Secretaria de Comunicações e Transportes (SCT), Alexandro Ardugín Le Roy. O documento da ação acompanha a entrevista concedida pelo ex-piloto.

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“Há pessoas muito capacitadas como mecânicos, mas faltam coisas como refeições leves. Falta cuidado. Que eles conseguissem para eles as peças necessárias para que os aviões ficassem, se não 100%, pelo menos 80% ou 90%”, disse o ex-piloto na entrevista.

Hernández pilotou três aviões diferentes, todos eles Boeing 737. Um deles, com matrícula XA-UHZ, foi o que caiu em Havana, provocando a morte de 110 pessoas, por motivos ainda desconhecidos.

Sobre o piloto morto no acidente, Jorge Núñez, Hernández explicou que os dois tinham trabalhado juntos por dois meses. “Era um companheiro muito capaz, preparado e sério”, disse.

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O ex-piloto deixou o trabalho depois de ter um derrame horas antes de comandar um voo entre Juárez e Cidade do México.

Ontem, a Direção Geral de Aeronáutica Civil do México informou que a empresa não fez a revisão técnica anual de suas aeronaves.

A maioria dos mortos no acidente é cubana, mas há também cidadãos mexicanos, argentinos e saarianos entre as vítimas. Apenas três mulheres cubanas sobreviveram à queda do avião e estão internadas em estado grave em um hospital de Havana.

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