Ex-oficial de inteligência diz que EUA têm ‘veículos alienígenas intactos’
Após denúncia, cresce a pressão para que governo americano revele evidências de óvnis
Um ex-oficial de inteligência dos Estados Unidos, David Grusch, disse que o governo americano possui veículos alienígenas “intactos e parcialmente intactos”. A denúncia, que veio à tona nesta semana, aumentou a pressão sobre a Casa Branca e o Pentágono para revelar evidências de objetos voadores não identificados (óvnis).
Grusch, que liderou a análise de fenômenos anômalos inexplicados (UAP, como o governo americano prefere chamar os objetos) dentro de uma agência do Departamento de Defesa, alegou em uma entrevista publicada na terça-feira 6 que os Estados Unidos possuem aeronaves de origem não humana.
Ao portal de notícias americano The Debrief, a autoridade acusou o Congresso de reter informações sobre esses veículos. Grusch disse que, quando entregou documentos confidenciais sobre os veículos à Câmara e ao Senado, sofreu retaliação de congressistas. Ele deixou o governo em abril, após uma carreira de 14 anos na inteligência americana.
Jonathan Gray, atual oficial de inteligência dos Estados Unidos no Centro Nacional de Inteligência Aérea e Espacial (Nasic, na sigla em inglês), também confirmou a existência de “materiais exóticos” ao The Debrief, acrescentando: “Não estamos sozinhos”.
As denúncias ocorrem após uma onda de avistamentos e relatórios credíveis sobre fenômenos do tipo, no início do ano.
Em 2021, o Pentágono divulgou um relatório sobre UAPs, dizendo que encontrou mais de 140 casos que não puderam ser explicados. O relatório veio após um vazamento de imagens do exército americano, retratando acontecimentos aparentemente inexplicáveis no céu, enquanto membros da Marinha testemunharam que frequentemente tiveram encontros com estranhas naves na costa dos Estados Unidos.
Agora, Grusch alega que o governo americano, em especial funcionários de Defesa, recuperou fragmentos de naves não humanas e, em alguns casos, artefatos inteiros, por décadas.
“Não estamos falando de origens ou identidades prosaicas”, disse Grusch. “O material inclui veículos intactos e parcialmente intactos”, acrescentando que o material é “de origem exótica”, ou seja, “inteligência não humana, seja extraterrestre ou de origem desconhecida”.
“[Esta avaliação é] baseada nas morfologias dos veículos e nos testes de ciência dos materiais e na posse de arranjos atômicos únicos”, disse Grusch.
Jonathan Grey, que analisa fenômenos anômalos inexplicados dentro do Nasic, confirmou o relato de Grusch ao The Debrief.
“O fenômeno da inteligência não humana é real. Não estamos sozinhos”, disse Gray. “E isso não se limita aos Estados Unidos. Este é um fenômeno global.”
O Debrief falou com vários ex-colegas de Grusch, que o caracterizaram como um profissional sério e “irrepreensível”. Em uma avaliação de desempenho de 2022 vista pelo portal de notícias, Grusch foi descrito como “um oficial com a bússola moral mais forte possível”.
Na entrevista, contudo, Grusch não diz se viu pessoalmente os veículos alienígenas nem onde eles podem estar armazenados.
Problema de Estado
Em junho de 2021, um relatório do Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional americano disse que, de 2004 a 2021, houve 144 encontros entre pilotos militares e UAPs, 80 dos quais foram capturados por sensores. Apenas um dos 144 encontros pode ser explicado com “alta confiança” – era um gigantesco balão.
Após o aumento do interesse do público e de alguns senadores dos Estados Unidos, o Pentágono criou em julho de 2022 o Escritório de Resolução de Anomalias de Todos os Domínios, encarregado de rastrear UAPs. Em dezembro do ano passado, o órgão disse ter recebido “várias centenas” de novos relatórios, mas nenhuma evidência até agora de vida alienígena.
As alegações de Grusch e Grey vieram à tona logo depois da primeira reunião pública de um painel da Nasa para investigar fenômenos anômalos inexplicáveis. No evento, especialistas da agência espacial disseram que o estigma em torno de relatos de encontros estava atrapalhando seu trabalho.
Os oficiais da Marinha, que há dois anos compartilharam suas experiências com avistamentos, também disseram na época que relatórios internos eram complicados, porque temiam que isso pudesse prejudicar suas carreiras.
“O assédio só leva a uma maior estigmatização do campo de UAPs, dificultando significativamente o progresso científico e desencorajando outros a estudar este importante assunto”, disse o chefe de ciência da Nasa, Nicola Fox, na reunião pública em 31 de maio.
Após as denúncias desta semana, a agência espacial disse em comunicado que, até agora, “não encontrou nenhuma evidência confiável de vida extraterrestre e não há evidências de que os UAPs sejam extraterrestres”.
No entanto, fez uma ressalva: “A Nasa está explorando o sistema solar e além para nos ajudar a responder questões fundamentais, incluindo se estamos sozinhos no universo”.