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Ex-assessor de Trump é acusado de mentir após fazer acordo com Justiça

Paul Manafort concordou em cooperar com investigações sobre interferência russa em eleições americanas de 2016 em troca de redução de pena

Por Redação
Atualizado em 27 nov 2018, 16h53 - Publicado em 27 nov 2018, 09h29

Paul Manafort, o ex-chefe de campanha do agora presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi acusado pelos promotores que investigam a interferência russa nas eleições americanas de ter mentido após fechar um acordo de delação premiada.

Em um documento judicial divulgado nesta segunda-feira, 26, os promotores que trabalham ao lado do procurador especial Robert Mueller asseguraram que as “mentiras” de Manafort sobre “uma variedade de temas” — que não detalharam — constituem “violações ao acordo” que alcançaram há dois meses, quando o ex-chefe de campanha de Trump se declarou culpado de vários crimes financeiros.

As acusações contra Manafort estão relacionadas ao seu trabalho de consultoria política na Ucrânia, e não à interferência russa, que é a questão central na investigação conduzida por Mueller.

Ele foi condenado em agosto por um tribunal federal na Virgínia por não reportar às autoridades tributárias mais de 16 milhões de dólares em ganhos por consultoria na Ucrânia no início dos anos 2010. A pena ainda não foi determinada, mas ele está sujeito a pegar de oito a dez anos de prisão.

Em setembro, o ex-assessor de Trump concordou em cooperar com as investigações de Mueller. Em troca, esperava receber uma condenação não superior a dez anos de prisão pelos crimes dos quais se declarou culpado, embora agora os promotores possam imputar-lhe novas acusações.

Manafort e sua equipe pediram à magistrada responsável pelo caso, Amy Berman Jackson, que estabeleça uma data para determinar a sentença o mais rápido possível.

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Os advogados de Manafort argumentam que seu cliente “acredita que ofereceu informação verídica” aos promotores nos vários encontros que tiveram, mas também pediram que Jackson revele sua decisão, para acelerar o processo.

O ex-assessor está preso desde 15 de junho, quando a juíza federal considerou que ele não poderia mais aguardar seu julgamento em liberdade — benefício pelo qual havia pago 10 milhões de dólares em fiança. A gota d´água foi a prova de que Manafort havia se valido de um telefone celular para falar inadequadamente e enviar mensagens a testemunhas de seu julgamento.

Manafort supostamente trabalhou entre 2006 e 2017 para governos estrangeiros sem comunicar ao Executivo dos Estados Unidos nem declarar à Receita Federal, como dita a lei.

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De fato, Manafort teve que renunciar como chefe de campanha de Trump, após ser descoberto que ele tinha ocultado das autoridades um pagamento de 12,7 milhões de dólares que recebeu por assessorar o deposto presidente ucraniano Víktor Yanukovich (2010-2014).

Mueller e seus promotores averiguam a suposta ingerência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016, assim como os possíveis contatos entre membros da campanha de Trump e funcionários russos.

Outros envolvidos

Além de Manafort, outros cinco colaboradores diretos da campanha de Trump para a Casa Branca se consideraram culpados por diferentes crimes — especialmente os de mentir para investigadores e de fraudes — diante de tribunais nos Estados Unidos. Todos foram condenados.

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Nesta segunda, George Papadopoulos, outro ex-assessor da campanha do atual presidente, começou a cumprir pena. Ele era um obscuro analista da indústria de petróleo quando se uniu, em março de 2016, à equipe de assessoria de política externa de Trump.

Em Londres, fez contatos com supostos funcionários russos ou vinculados à Rússia, que lhe teriam proposto uma reunião entre o candidato Trump e o presidente Vladimir Putin durante a campanha.

Um dos supostos funcionários, o misterioso professor Joseph Mifsud, disse a Papadopoulos que Moscou tinha informação comprometedora sobre a democrata Hillary Clinton, adversária de Trump.

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Uma semana após a posse de Trump, em janeiro de 2017, o FBI interrogou Papadopoulos, que mentiu sobre seus contatos, incluindo sobre Mifsud, o que motivou a acusação federal.

Em outubro de 2017, Papadopoulos se declarou culpado e aceitou cooperar com a investigação. Por sua colaboração, cumprirá apenas duas semanas de prisão.

(Com EFE e AFP)

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