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Evo Morales deixa Argentina para realizar tratamento médico em Cuba

Amigo do regime cubano e asilado na Argentina, ex-presidente da Bolívia concorre a uma vaga no Senado de seu país nas eleições de maio

Por Da Redação
10 fev 2020, 18h10

O ex-presidente boliviano Evo Morales foi para Cuba nesta segunda-feira, 10, para submeter-se a tratamento médico, afirmou o presidente da Argentina, Alberto Fernández. Morales passou por uma cirurgia de laringe em Havana em março de 2017, quando teve um nódulo removido das cordas vocais. Desde então, viaja a cada três meses para a ilha para continuar o tratamento.

Desde sua conturbada saída do cargo de liderança da Bolívia, após curta estadia no México, Morales abrigou-se na Argentina como asilado político. No ano passado, após vencer eleição que foi considerada fraudada pela oposição e pela Organização dos Estados Americanos (OEA), ele foi alvo de protestos e da pressão de parte das forças de segurança e acabou por renunciar à Presidência.

O boliviano chegou à Argentina no dia 12 de dezembro, apenas dois dias após a posse de Fernández. “Evo é um refugiado político e, como tal, tem vários direitos e pode exercê-los. Nada o impede, como refugiado político, de ir a Cuba”, afirmou o presidente argentino em entrevista à Rádio Continental.

No momento, Cristina Kirchner, a atual vice-presidente argentina, também está em Cuba, onde sua filha faz tratamento de saúde, segundo o jornal argentino Clarín. Morales e Kirchner mantém um relacionamento muito próximo desde a época em que eram líderes de seus respectivos países.

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Também de acordo com o Clarín, a saída do boliviano do país pode gerar alívio para o governo argentino, que está renegociando sua dívida externa e enfrenta a desconfiança de alguns setores internacionais, particularmente dos Estados Unidos, por dar asilo à figura política de esquerda.

Campanha à distância

Durante sua estadia na Argentina, apesar do pedido da Casa Rosada para que não se mobilizasse na política da Bolívia,  Evo Morales conduziu uma intensa atividade. Ele se prepara para as eleições presidenciais e legislativas que serão realizadas em maio em seu país. Ele é candidato a uma cadeira no Senado.

O ex-presidente está impedido de candidatar-se à Presidência, depois de as eleições em outubro passado terem sido anuladas devido a irregularidades. No entanto, seu herdeiro político, o ex-ministro da Economia Luis Arce, lidera as pesquisas com 26% das intenções de voto.

Arce é seguido pelo direitista Luis Fernando Camacho e pelo ex-presidente de centro Carlos Mesa, ambos com 17%. Na quarta posição está a atual presidente interina, Jeanine Áñez, com 12%, segundo pesquisa da empresa Mercados e Amostras divulgada no fim de janeiro.

 

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