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EUA vetam resolução na ONU sobre proteção de palestinos

Governo americano acredita que proposta é unilateral; 122 palestinos já morreram desde início dos distúrbios em Gaza

Por Da Redação
Atualizado em 24 ago 2018, 20h24 - Publicado em 1 jun 2018, 19h22

Os Estados Unidos vetaram nesta sexta-feira, 1, o projeto de resolução apresentado na ONU por países árabes que pedia a adoção de medidas para proteger os palestinos que reivindicam seu direito de retornar a Israel – a iniciativa obteve o apoio de 10 países-membros do Conselho de Segurança.

China, França e Rússia estiveram entre os países que apoiaram a iniciativa apresentada pelo Kuwait em nome de um grupo de países árabes. Quatro membros se abstiveram. Um projeto de resolução requer nove votos a favor para ser aprovado no Conselho formado por 15 países e não pode ser vetado por nenhum dos cinco membros permanentes: China, França, Grã Bretanha, Rússia e Estados Unidos.

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, anunciou na véspera que os Estados Unidos vetariam o projeto por seu “enfoque grosseiramente unilateral, que está moralmente fracassado e que apenas serviria para minar os esforços em curso para a paz entre israelenses e palestinos”.

O Kuwait apresentou o projeto há duas semanas, inicialmente pedindo uma missão de proteção internacional para os palestinos à medida em que os protestos se tornavam mais violentos na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza.

Ao menos 122 palestinos foram mortos pelos disparos de militares israelenses nos distúrbios iniciados desde o final de março. Nenhum civil israelense foi morto.

A versão final pede “a consideração de medidas para garantir a segurança e a proteção” dos civis palestinos e solicita um relatório do secretário-geral António Guterres sobre um possível “mecanismo de proteção internacional”.

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“A resolução pede a Israel que cesse imediatamente suas ações em defesa própria, mas não menciona as agressões do Hamas contra as forças de segurança e civis israelenses”, advertiu Haley em comunicado. Essa foi a segunda vez que Haley recorre ao poder de veto dos Estados Unidos para uma medida sobre o conflito palestino-israelense. Em dezembro, ela barrou o projeto de resolução que rejeitava a decisão do presidente Donald Trump de transferir a embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém, depois que os outros 14 membros do Conselho a apoiaram.

Projeto dos EUA é rejeitado

Os Estados Unidos fizeram circular seu próprio projeto de resolução, exigindo que o Hamas e a Jihad Islâmica “cessem toda atividade violenta e ações provocadoras, inclusive ao longo da cerca fronteiriça” entre Israel e Gaza. No entanto, o Conselho de Segurança da ONU rejeitou adotá-lo nesta sexta-feira. Os Estados Unidos foram o único país que votou a favor do projeto. Onze países se abstiveram, enquanto que a Bolívia, o Kuwait e a Rússia se opuseram.

O enviado da ONU para o Oriente Médio, Nickolay Mladenov, advertiu esta semana o Conselho de Segurança de que Gaza estava à beira da guerra após a grave escalada entre Israel e os militantes palestinos no enclave governado pelo Hamas. Uma troca de tiros de terça-feira até a madrugada da quarta-feira começou com disparos de foguetes e morteiros lançados de Gaza contra Israel, aos quais os israelenses responderam com ataques a 65 pontos da Faixa de Gaza. Esse é o pior confronto desde a guerra de 2014 em Gaza.

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(Com AFP)

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