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EUA se opõem a chamar Rússia de ‘agressora’ em declaração do G7

Texto em elaboração vai marcar os três anos da invasão à Ucrânia; Divergência ocorre depois de Trump fazer acenos a Putin e culpar Kiev por iniciar a guerra

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 fev 2025, 11h09 - Publicado em 21 fev 2025, 09h26

Os Estados Unidos travaram uma declaração do G7, grupo das sete economias mais ricas do mundo, em elaboração para marcar os três anos da invasão à Ucrânia, por se recusarem a chamar a Rússia de “agressora” no texto. As divergências ocorrem em meio a acenos de Donald Trump ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, e uma renhida guerra verbal entre o presidente americano e Volodymyr Zelensky, que começou depois de Washington convidar Moscou, mas não Kiev, para iniciar negociações de paz.

As informações são do jornal americano The New York Times. Segundo reportagem publicada na quinta-feira 20, um alto funcionário de um dos membros do G7 disse que o Canadá havia distribuído o primeiro rascunho da declaração para os outros seis países membros, que mantinha o característico tom pró-Ucrânia que o grupo adotou após o início da guerra, em fevereiro de 2022. Ontario, na presidência rotativa do G7, assumiu a liderança na redação do texto.

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Autoridades dos Estados Unidos revisaram o primeiro rascunho nesta semana e removeram todas as referências que poderiam ser interpretadas como pró-Ucrânia, disse o funcionário ao NYT. O resultado foi uma proposta de declaração neutra, que não fez referências à Rússia como agressora no conflito, nem a Kiev como vítima da invasão.

Os funcionários falaram sob condição de anonimato, dada a sensibilidade das discussões.

Negociações em curso

Fontes alemãs e europeias afirmaram ao NYT que diplomatas continuam trabalhando na linguagem do rascunho, que atualmente descreve “uma guerra devastadora que começou com a invasão da Ucrânia pela Rússia”. Mas não usa as palavras “agressão russa” ou “agressores”, que figuraram nas declarações do G7 desde 2022.

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Outro alto funcionário de uma nação do grupo acrescentou que as negociações sobre o tom do texto devem continuar até o último segundo, quando o texto deve ser publicado na segunda-feira, 24. É mais um sinal de desgaste na relação entre Estados Unidos e aliados históricos.

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Da mesma forma, ainda não está certo se os líderes do G7 que convidarão Zelensky para sua reunião virtual na próxima segunda-feira, como fez no ano passado, reportou o NYT.

Por enquanto, o rascunho atual inclui um trecho que defende fortes garantias de segurança para a Ucrânia e a integração do país à União Europeia, afirmando que ambas as coisas “serão essenciais para garantir uma paz duradoura que impeça futuras agressões”.

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Guerra verbal

As divergências americanas ocorrem em meio a uma amarga troca de insultos entre Zelensky e Trump. O presidente dos Estados Unidos chamou seu homólogo ucraniano de “ditador sem eleições” (seu mandato expirou em maio passado, mas não houve novo pleito devido ao estado de guerra), dizendo que era melhor ele “agir rápido ou não terá mais um país. Ele também sugeriu que Kiev teria sido responsável pelo conflito. Enquanto isso, Zelensky acusou o americano de viver em “uma bolha de desinformação” e acreditar nas “mentiras” da Rússia, sustentando que jamais aceitará um acordo de paz que não o inclua nas negociações.

Autoridades do governo Trump indicaram, segundo o NYT, que buscam uma declaração mais neutra e curta do que a que foi emitida pelo ex-presidente Joe Biden, cortando passagens que descrevem a invasão como uma “violação da soberania” da Ucrânia, para evitar interferências nas conversas em andamento com Moscou.

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Na terça-feira, os chanceleres americano, Marco Rubio, e russo, Sergey Lavrov, se encontraram na Arábia Saudita para o início das tratativas, sem convidar autoridades ucranianas.

Isso ocorreu depois de Trump conversar ao telefone por noventa minutos com Putin na semana passada, e do secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, descartar tanto um retorno às fronteiras da Ucrânia pré-invasão quanto a adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), dois pontos de honra para a Rússia. Essencialmente, as negociações começaram nos termos de Putin.

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