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EUA rejeitam governo de Israel em Gaza, mas admitem controle ‘temporário’

Declaração ocorre após premiê israelense, Benjamin Netanyahu, afirmar que seu país será responsável por Gaza 'por tempo indefinido' após o fim da guerra

Por Da Redação
Atualizado em 8 nov 2023, 15h29 - Publicado em 8 nov 2023, 13h27

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou em reunião no Japão do G7, grupo que reúne as maiores economias do mundo – Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos –, que a Casa Branca se opõe a um governo de Israel na Faixa de Gaza. No entanto, o diplomata defendeu um período de transição, espécie de governo temporário, após o fim do conflito atual.

“Gaza não pode continuar a ser governada pelo Hamas. Isso simplesmente convida à repetição do 7 de outubro”, disse Blinken no encontro em Tóquio.

No entanto, enfatizou: “Está claro que Israel não pode ocupar Gaza. Agora, a realidade é que pode haver necessidade de algum período de transição no final do conflito. Mas é imperativo que o povo palestino também seja fundamental para o governo em Gaza e na Cisjordânia.”

A declaração ocorre dois dias após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmar que seu país ficará “responsável pela segurança de Gaza” após o fim da guerra com o Hamas “por período indefinido”, em entrevista à emissora americana ABC News.

O ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, tentou minimizar a declaração de Netanyahu nesta quarta-feira. Em comunicado, ele negou que o premiê israelense tenha a intenção de ocupar Gaza após a guerra, mas saiu em defesa de novas medidas de segurança devido ao ataque perpetrado em 7 de outubro.

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“Estamos totalmente fora de Gaza há 17 anos, e nos devolveram um Estado terrorista. É óbvio que não podemos repetir isto”, disse o ministro, que participa como observador no gabinete de guerra formado pelo governo, em fala alinhada com a de Blinken.

Israel tem insistido que não pretende voltar a ocupar o enclave, do qual suas forças saíram em 2005, mas os comentários do primeiro-ministro indicam planos para o que pode ser uma ocupação militar prolongada da Faixa, onde vivem mais de 2 milhões de palestinos.

Anteriormente, além disso, outras autoridades israelenses afirmaram que o país precisaria manter uma presença militar em Gaza como uma barreira para proteger os civis israelenses de ataques de foguetes, bem como da ameaça de túneis escavados sob a fronteira.

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Os Estados Unidos já haviam manifestado oposição a uma nova ocupação israelense. Além disso, lançaram alertas a Tel Aviv para elaborar um plano para definir quem governará o enclave quando o Hamas for removido do poder, para que essa responsabilidade não caia sobre os próprios israelenses.

Alguns consideram a Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia com sede em Ramallah, para substituir o Hamas. No entanto, sua imensa impopularidade pode representar instabilidade. A AP controlava a Faixa, até o Hamas expulsá-la violentamente em 2007.

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