EUA prometem enfrentar ingerência russa em 2018 com determinação
Promessa dos chefes das áreas de Segurança e Inteligência responde ao ceticismo de parlamentares sobre a legitimidade das eleições deste ano
Autoridades das áreas de inteligência e segurança dos Estados Unidos declararam nesta quinta-feira (2) que a ameaça de interferência da Rússia nas eleições americanas deste ano é “real” e que o governo americano vai enfrentá-la com “determinação feroz e foco”.
A mensagem uníssona tem o objetivo de minimizar as críticas ao presidente americano, Donald Trump, que insistentemente tenta neutralizar as investigações sobre a ingerência russa na eleição de 2016, que o levou à Casa Branca, e minimiza os riscos de uma nova interferência. Trump teria tratado do tema com o presidente russo, Vladimir Putin, em 16 de julho em Helsinque, Finlândia.
“A Rússia tentou interferir na última eleição”, afirmou o diretor do FBI, Christopher Wray. “Nós conhecemos a ameaça [para a eleição deste ano]. Ela é real e está continuando. Estamos fazendo tudo o que podemos para ter uma eleição legítima, na qual todos possam confiar”, completou Dan Coats, diretor de inteligência nacional.
O resultado da eleição legislativa deste ano, porém, poderá afetar diretamente o desempenho do governo de Trump nos dois últimos anos de mandato e em suas chances de reeleição em 2020. Em especial, se os resultados derem a maioria das cadeiras da Câmara dos Deputados e do Senado à oposição democrata.
“Sobre o envolvimento da Rússia nas eleições de meio de mandato (2018), nós continuamos a ver a campanha da Rússia de difundir mensagens para tentar enfraquecer e dividir os estados Unidos”, disse Coats. “Nós sabemos que há outros [países] com capacidade e que devem estar considerando essas atividades influenciadoras.”
A aparição pública, na Casa Branca, das autoridades em segurança e inteligência responde às críticas e ao ceticismo de parlamentares e analistas políticos sobre a seriedade e a disposição do governo Trump de impedir, neste ano, novas interferências russas. Além de Coats e Wray, estiveram presentes o conselheiro da Casa Branca de Segurança Nacional, John Bolton, a secretária de Segurança Interna, Kirstjen Nielsen, e o diretor da agência de segurança Nacional, Paul Nakasone.