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EUA prendem líder de protestos pró-Palestina na Universidade de Columbia

Donald Trump já havia assinado decreto para deportar estrangeiros que participaram das manifestações, além de cortar financiamento à instituição

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 mar 2025, 08h53 - Publicado em 10 mar 2025, 08h52

Nos Estados Unidos, agentes de imigração prenderam um dos líderes da onda de protestos pró-Palestina na Universidade de Columbia, em Nova York, que tomou campi mundo afora no ano passado. A medida vai de encontro com outras ações do presidente americano, Donald Trump, para punir ativistas anti-Israel, como a assinatura de um decreto para deportar estrangeiros que participaram das manifestações e a suspensão de US$ 400 mil em financiamento para a instituição de ensino.

Mahmoud Khalil, palestino e aluno de pós-graduação da Escola de Relações Internacionais e Públicas da universidade, foi preso por agentes do Departamento de Segurança Interna em sua residência universitária na noite de sábado 8, afirmou o sindicato Student Workers of Columbia em um comunicado divulgado na noite de domingo 9.

Sua esposa é cidadã americana e está grávida de oito meses, de acordo com a imprensa americana. O sindicato afirmou que Khalil possui um green card de residência permanente nos Estados Unidos. Sua prisão foi condenada por grupos de direitos civis como um ataque à liberdade de expressão.

O Secretário de Estado americano, Marco Rubio, compartilhou uma notícia sobre a prisão de Khalil nas redes sociais no domingo, acrescentando o comentário, sem dar detalhes: “Revogaremos os vistos e/ou green cards de apoiadores do Hamas nos Estados Unidos para que eles possam ser deportados”. Já o Departamento de Segurança Interna afirmou nas redes sociais que prendeu o estudante porque ele “liderou atividades alinhadas ao Hamas”.

“Escalada de repressão”

Em uma entrevista à agência de notícias Reuters horas antes de sua prisão, Khalil havia afirmado estar preocupado em tornar-se um alvo do governo por falar com a mídia.

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A União das Liberdades Civis de Nova York disse que a detenção foi ilegal, retaliatória e um ataque aos direitos de liberdade de expressão. Donna Lieberman, diretora executiva do grupo, disse em declaração que o episódio “é uma escalada assustadora da repressão de Trump ao discurso pró-Palestina e um abuso agressivo da lei de imigração”.

Khalil cresceu em um campo de refugiados palestinos na Síria, sua terra natal, e trabalhou para a embaixada britânica em Beirute, de acordo com uma biografia online. Ele foi levado no domingo para um centro de detenção do Serviço de Imigração e Alfândega em Elizabeth, Nova Jersey.

O que diz a lei?

A lei americana proíbe fornecer “suporte material ou recursos” a grupos que os Estados Unidos designaram como organizações terroristas, incluindo o Hamas, o grupo palestino que governa Gaza e controla a ala militante do território. As regulações não proíbem, porém, “atividades alinhadas” a esses grupos. Nenhum dos departamentos do governo disse que Khalil é acusado de dar apoio material ao Hamas, ou de qualquer outro crime.

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A detenção de Khalil é um dos primeiros sinais de que Trump pretende cumprir sua promessa de deportar alguns estudantes estrangeiros envolvidos nos protesto pró-Palestina do ano passado, que ele chamou de “antissemita”. O ataque do Hamas a Israel, em outubro de 2023, e a subsequente retaliação israelense em Gaza, apoiada pelos Estados Unidos, provocaram meses de protestos anti-Israel em campi universitários pelo mundo inteiro, inclusive na Universidade de São Paulo (USP).

Khalil caracterizou o movimento, em entrevista à Reuters, como “antiguerra”. Os protestos incluíram estudantes e grupos judeus, que rejeitam alegações de antissemitismo. Ele foi um dos principais representantes para os manifestantes, alguns dos quais montaram acampamentos de tendas nos gramados de Columbia no ano passado e invadiram um prédio acadêmico por várias horas, antes que universidade chamasse a polícia para prendê-los.

Ele não estava entre as várias dezenas de estudantes que ocuparam o prédio, mas foi um mediador entre os vice-reitores de Columbia e os manifestantes.

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Alguns estudantes israelenses e judeus afirmaram que as manifestações foram ameaçadoras e perturbadoras, e organizaram contraprotestos pró-Israel.

Trump destacou a Universidade Columbia por “falhas” na resposta às manifestantes estudantis e cancelou, na sexta-feira 7, os contratos governamentais e bolsas concedidas à Universidade de Columbia no valor de cerca de US$ 400 milhões. Ele disse que os cortes de fundos e os planos de deportação de alunos se justificam pelo “assédio antissemita no campus de Manhattan e nas proximidades”.

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