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EUA anunciam taxa para navios chineses; China alerta que medida prejudicará americanos

Pequim afirma que tomará medidas necessárias para defender seus direitos legítimos após Washington anunciar novas tarifas para embarcações em portos

Por Amanda Péchy SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 18 abr 2025, 13h22 - Publicado em 18 abr 2025, 13h21

NEW JERSEY, US - APRIL 08: A general view of the Port Container Terminal on April 08, 2025, in New Jersey, United States. Prior to the implementation of the 104% tariffs on China, there was a noticeable increase in activity at U.S. ports. U.S. President Donald Trump had announced that further tariff hikes would be imposed in response to China's retaliation. (Photo by Lokman Vural Elibol/Anadolu via Getty Images) — Terminal de Contêineres do Porto em Nova Jersey, nos Estados Unidos. 08/04/2025 - (Lokman Vural Elibol/Getty Images)

Depois dos Estados Unidos revelarem planos para impor novas taxas portuárias a navios chineses, justificadas pela necessidade de reavivar a construção naval americana contra o domínio da China no setor, o Ministério das Relações Exteriores chinês criticou a medida nesta sexta-feira, 18, e afirmou que se trata de uma ação prejudicial para ambos os lados.

Lin Jian, porta-voz da pasta, afirmou em uma coletiva de imprensa que Pequim tomará as medidas necessárias para defender seus direitos e interesses legítimos, sugerindo que a guerra comercial entre as duas potências pode escalar ainda mais. Para ele, impor taxas portuárias e adicionar tarifas sobre equipamentos de carga e descarga representam “medidas que prejudicam outros e os próprios Estados Unidos”.

“Isso não só aumenta os custos globais de transporte marítimo e perturba a estabilidade da indústria global, como também aumenta as pressões inflacionárias nos Estados Unidos, prejudicando os interesses dos consumidores e empresas americanas”, afirmou Lin. Ele acrescentou que Washington “fracassará” em revitalizar a indústria naval americana.

Com a medida, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avança numa guerra comercial abrangente com a China, que seu governo retrata como um projeto para ampliar a indústria seu país. Depois de sucessivas rodadas de tarifas e retaliações, as potências elevaram a 145% as taxas sobre produtos uma da outro. Muitos economistas temem que a briga possa desencadear uma recessão global e aumento de preços ao consumidor.

Taxação de navios

Na noite de quinta-feira 17, o gabinete do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer, publicou um plano para cobrar tarifas elevadas sobre navios de propriedade chinesa, ou produzidos pelo país asiático.

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Segundo o texto, o governo passará a cobrar taxas sobre as embarcações que atracarem nos portos americanos com base na tonelagem líquida ou nas mercadorias transportadas em cada viagem, algo que entraria em vigor em 180 dias. Embarcações serão cobradas a cada viagem aos Estados Unidos, mas as taxas só poderiam ser impostas aos navios até cinco vezes por ano. A medida seria implementada gradualmente e as alíquotas podem ser aumentadas nos próximos anos, de acordo com o comunicado do USTR.

Em seis meses, proprietários e operadores chineses terão que pagar US$ 50 (mais de R$ 290, na cotação atual) por tonelada líquida em cada viagem aos Estados Unidos. Essa taxa aumentará em US$ 30 (R$ 175) por tonelada líquida a cada ano, até 2028. Já os navios que apenas foram construídos na China pagarão com base na tonelagem líquida ou por contêiner, a partir de US$ 18 (cerca de R$ 105) por tonelada líquida ou US$ 120 (quase R$ 700) por contêiner.

Ainda é uma escalada, mas menos grave do que propostas apresentadas em fevereiro para cobrar de navios construídos na China até US$ 1,5 milhão (aproximadamente R$ 8,7 milhões) por escala em um porto. De acordo com a agência de notícias Reuters, isso provocou uma reação negativa generalizada da indústria.