EUA pedem ‘prestação de contas e justiça’ por assassinato de Dom e Bruno
'Devemos fortalecer coletivamente esforços para proteger defensores ambientais e jornalistas', disse porta-voz do Departamento de Estado americano
O governo dos Estados Unidos afirmou nesta sexta-feira, 17, que é preciso prestação de contas pelo assassinato do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira.
“Nossas condolências às famílias de Dom Phillips e Bruno Pereira, assassinados por apoiar a conservação da floresta e dos povos nativos. Pedimos prestação de contas e justiça — devemos fortalecer coletivamente esforços para proteger defensores ambientais e jornalistas”, disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, em publicação nas redes sociais.
Our condolences to the families of @domphillips and Bruno Pereira, murdered for supporting conservation of the rainforest and native peoples there. We call for accountability and justice—we must collectively strengthen efforts to protect environmental defenders and journalists.
— Ned Price (@StateDeptSpox) June 17, 2022
Na quarta-feira, 15, a Polícia Federal localizou remanescentes humanos na área de buscas pelo indigenista e pelo jornalista, desaparecidos desde o dia 5 na terra indígena Vale do Javari, no Amazonas. Nesta sexta-feira, a PF confirmou que um dos corpos era do repórter. A corporação ainda realiza perícias para confirmar se o outro material é de Bruno Araújo Pereira.
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“A confirmação foi feita com base no exame de Odontologia Legal combinado com a Antropologia Forense. Encontram-se em curso os trabalhos para completa identificação dos remanescentes, para a compreensão das causas das mortes, assim como para indicação da dinâmica do crime e ocultação dos corpos”, informou a PF.
O local onde os restos mortais foram encontrados foi apontado por Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”. Ele e o irmão, Oseney da Costa de Oliveira, foram presos pelo crime. Em nota divulgada mais cedo nesta sexta-feira, a PF afirmou que não há indícios de um mandante do assassinato, mas há a possibilidade de que mais pessoas estejam envolvidas na execução.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse estar profundamente preocupado com os desaparecimentos e que seu governo está trabalhando com autoridades brasileiras.
“Como todos nesta Câmara (dos Comuns), estamos profundamente preocupados com o que pode ter acontecido com ele. Funcionários do Ministério de Relações Internacionais estão trabalhando em estreita colaboração com as autoridades brasileiras”, disse Johnson aos legisladores.