EUA: Militar morre após atear fogo em si em frente à Embaixada de Israel
Piloto da Força Aérea transmitiu protesto ao vivo em plataforma de vídeos
Um membro da Força Aérea dos Estados Unidos morreu após atear fogo ao próprio corpo neste domingo, 25, em frente à Embaixada de Israel em Washington. Ele foi levado ao hospital com ferimentos graves, onde permaneceu em estado crítico, mas não resistiu, informou a polícia nesta segunda-feira.
O homem, identificado como Aaron Bushnell, transmitiu o protesto em tempo real na Twitch, uma rede social de transmissões ao vivo. O vídeo, no entanto, foi retirado do ar por violar as diretrizes da plataforma. A conta tinha como imagem de perfil uma bandeira da Palestina.
A transmissão mostra que Bushnell, uniformizado, parou em frente ao prédio e afirmou: “Não serei mais cúmplice do genocídio”, em referência às operações militares de Israel na Faixa de Gaza, apoiadas pelos Estados Unidos. O piloto de 25 anos advertiu que estava prestes a se envolver “em um ato extremo de protesto”. Em seguida, largou o celular, se banhou em gasolina e se incendiou ao gritar “Palestina livre”.
Uma porta-voz da Força Aérea dos EUA confirmou na noite de domingo que se tratava de um militar da ativa, mas acrescentou que detalhes adicionais apenas serão fornecidos depois de todos os parentes mais próximos terem sido notificados.
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Investigação
O porta-voz do corpo de bombeiros de Washington, Vito Maggiolo, disse que os oficiais do Serviço Secreto americano conseguiram extinguir o fogo por volta das 13h (11h no horário de Brasília). Ninguém ficou ferido na Embaixada israelense. A polícia local seguirá contribuindo com o Serviço Secreto e com o Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos para investigar o incidente.
Não é a primeira vez, contudo, que os Estados Unidos testemunham uma manifestação violenta contra as consequências dos incessantes bombardeios contra a Faixa de Gaza. Desde a eclosão do conflito, em 7 de outubro, mais de 29 mil palestinos foram mortos. Em dezembro, um homem, que não teve identidade revelada, também ateou fogo em si em frente ao prédio do Consulado de Israel em Atlanta, no que foi descrito por agentes como “provavelmente um ato extremo de protesto político”.
Ele sofreu queimaduras de terceiro grau no corpo e um guarda, que tentou intervir, ficou ferido no pulso e na perna. Ambos foram levados ao Grady Memorial Hospital, onde o manifestante permaneceu em estado crítico.