EUA lançam ação global ‘forte’ contra riscos da Inteligência Artificial
Ordem executiva passa a obrigar que desenvolvedores do setor compartilhem resultados dos testes de segurança com governo americano
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, emitiu nesta segunda-feira, 30, uma ordem executiva que procura reduzir os riscos relacionados à Inteligência Artificial (IA), como problemas de privacidade e discriminação. A decisão também obriga que desenvolvedores do setor compartilhem resultados dos testes de segurança com o governo federal.
O vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Bruce Reed, disse que os EUA emitiram “o conjunto mais forte de ações que qualquer governo do mundo já tomou em relação à segurança, proteção e confiança da IA”. As medidas também incluem a elaboração de práticas éticas para a aplicação de IAs no sistema judicial e a criação de um programa para avaliar potenciais consequências dessas tecnologias para a saúde pública.
A ordem presidencial estabelece, ainda, a criação de recursos para orientar professores sobre o uso responsável de ferramentas de IA, a proteção da privacidade do consumidor a partir de diretrizes, além de estimular o trabalho com parceiros internacionais para implementar padrões no setor ao redor do globo.
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A movimentação americana ocorre às vésperas da cúpula de segurança de Inteligência Artificial, organizada pelo Reino Unido. O encontro de dois dias terá início nesta quarta-feira, na antiga instalação militar de Bletchley Park, e reunirá líderes políticos, funcionários do setor de tecnologia e representantes da sociedade civil.
A cúpula tem como objetivo tratar sobre os potenciais consequências da constante modernização dos sistemas de IA, culminando em piores ataques cibernéticos e na produção de armas biológicas mais potentes e fatais. A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris; a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, estarão presentes.
Em entrevista à emissora britânica BBC, Alex Krasodomski, pesquisador associado da ONG Chatham House, afirmou que a decisão de Biden represente um passo “realmente importante”, mas “não está necessariamente alinhada com os objetivos e metas do Reino Unido para a cimeira”.
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