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EUA indiciam americana e quatro iranianos por espionagem para Teerã

Corte da Haia dá ao Irã direito de reivindicar seu fundo de US$ 2 bilhões congelado pelos Estados Unidos

Por Da Redação
13 fev 2019, 17h29

Uma americana e quatro iranianos foram indiciados nos Estados Unidos nesta quarta-feira, 13 por conspirarem para “entregar informação de Defesa nacional a representantes do governo do Irã“, informou o Departamento de Justiça em comunicado.

Entre os acusados por um grande júri federal do Distrito de Columbia estão a americana Monica Elfriede Witt, uma antiga agente de contraespionagem de 39 anos que desertou dos EUA ao Irã em 2013. Ela supostamente ajudou os serviços de inteligência iranianos a atacar seus ex-companheiros de trabalho.

Witt também é suspeita de ter revelado aos iranianos o nome codificado e dados de uma missão confidencial do Departamento de Defesa americano. As autoridades dos Estados Unidos emitiram uma ordem de detenção da espiã, que está foragida, e dos demais acusados.

Além de Witt, quatro iranianos foram indiciados pelas mesmas acusações: Mojtaba Masoumpour, Behzad Mesri, Hossein Parvar e Mohamad Paryar, denominados como “ciberconspiradores”.

Os quatro são suspeitos de suposta “conspiração e de tentativas de cometer uma intrusão informática e de roubo agravado de identidade entre 2014 e 2015 contra os ex-companheiros de Witt na Comunidade de Inteligência dos EUA (USIC, em inglês)”, diz o comunicado.

Os supostos hackers trabalhavam para a Guarda Revolucionária Iraniana e empregaram contas fictícias nas redes sociais para introduzir programas malignos que lhes permitissem acesso às redes informáticas da USIC.

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Sanções

Em uma ação coordenada, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou em comunicado a adoção de sanções contra duas organizações iranianas e nove cidadãos da República Islâmica.

Uma das entidades sancionadas é a New Horizon Organization que, segundo o Tesouro, organizou “conferências internacionais em apoio aos esforços da Guarda Revolucionária Iraniana-Força Al Quds de recrutar e compilar inteligência dos participantes estrangeiros”. Além disso, os Estados Unidos acreditam que a New Horizon Organization se dedica a “propagar o antissemitismo e a negação do Holocausto”.

Washington adotou medida similar contra a empresa Net Peygard Samavat Company, também conhecida como Net Peygard, e a cinco pessoas relacionadas a ela, supostamente envolvidas em uma campanha “cibernética maliciosa” para acessar e implantar programas malignos em sistemas informáticos de agentes de inteligência americanos.

Como consequência das sanções, ficam congelados os ativos que estas entidades e indivíduos possam ter sob jurisdição americana, assim como estão proibidas as transações financeiras com eles.

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Irã na Haia

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) decidiu nesta quarta-feira, 13, que o Irã tem o direito de reivindicar 2 bilhões de dólares bloqueados pelos Estados Unidos. Os juízes decidiram que Teerã pode seguir adiante com seu caso e rejeitaram os argumentos dos Estados Unidos, que pretendiam entregar os recursos às  às vítimas dos ataques que atribui a Teerã.

Os 2 bilhões de dólares correspondem a títulos americanos nos quais o Banco Central do Irã tinha investido. Tribunais dos Estados Unidos, porém, bloquearam os valores para indenizar cerca de 1.000  vítimas e familiares de vítimas de atentados terroristas supostamente apoiados pelo Irã. Entre eles, as famílias de 241 soldados americanos mortos em 1983 em dois ataques em Beirute, no Líbano.

“Devemos a nossos heróis caídos em combate, a suas famílias e às vítimas das atividades terroristas do Irã que nos defendam vigorosamente frente às demandas infundadas do regime iraniano nesta semana em Haia”, declarou Mike Pompeo durante audiência sobre o tema, em outubro passado.

O caso pode aprofundar as tensões entre Washington e Teerã, que não têm relações desde 1980.

A CIJ vai examinar a questão central, para saber se o Irã pode efetivamente recuperar os 2 bilhões de dólares congelados por decisão de Washington. O Irã já havia iniciado esse procedimento perante a CIJ contra os Estados Unidos em junho de 2016 para obter o desbloqueio de fundos, que foi autorizado pela Suprema Corte dos Estados Unidos em abril daquele ano.

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(Com EFE e AFP)

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