EUA: formandos de Notre Dame protestam em fala do vice-presidente
Um grupo de alunos deixou a cerimônia no momento do discurso do republicano, em oposição ao governo de Donald Trump
O discurso do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, para a turma de formandos de 2017 da Universidade de Notre Dame, em Indiana, não foi bem visto por parte dos alunos. No domingo, uma centena de estudantes deixou a cerimônia de graduação quando o republicano subiu ao palco, em protesto contra políticas da administração de Donald Trump. Familiares e convidados também vaiaram Pence durante sua fala.
O vice discursou para cerca de 3.000 graduandos de todos os cursos da instituição católica – localizada no Estado onde foi governador – após receber um diploma honorário. A manifestação foi planejada com antecedência pela organização de estudantes em apoio a imigrantes We Stand For. Segundo o grupo, Pence afeta negativamente “a proteção de direitos civis de membros da comunidade LGBT+, rejeita o programa de reassentamento de refugiados sírios e apoia a exclusão de minorias religiosas”.
O republicano é bastante religioso e conhecido por posições conservadoras, por vezes mais rígidas que as de Trump, em temas como aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo. O grupo de estudantes, porém, alega que até mesmo o papa Francisco pede apoio ao refugiados sírio e respeito às minorias, inclusive homossexuais. Quando o nome de Pence foi anunciado para o discurso de formatura, mais de 1.700 alunos condenaram a escolha em carta à universidade.
O protesto na Notre Dame não foi o primeiro contra membros da administração de Trump na temporada de formaturas do ano. A secretária de Educação Betsy DeVos também foi recebida com vaias, gritos e alunos que viraram as costas durante discurso na Universidade��Bethune-Cookman, no início do mês.
Discurso
Na fala aos graduandos, Pence afirmou que a Notre Dame está na “vanguarda da liberdade de expressão e livre troca de ideias”. Para o vice-presidente, diversas instituições de ensino pelo país estão caracterizadas pelo “policiamento de tom” e excesso do “politicamente correto”, o que estaria “suprimindo o livre discurso”. “Essas práticas destroem o aprendizado e a busca por conhecimento”, afirmou.