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EUA enviam frota naval ao Caribe como pressão a Nicolás Maduro

Governo americano alega ser uma operação contra tráfico de drogas; procuradores acusam o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, de narcoterrorismo

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h25 - Publicado em 2 abr 2020, 19h21

Em meio à pandemia da Covid-19, o governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira, 2, que enviará navios de guerra ao Mar do Caribe com o intuito de combater o tráfico de drogas na região. A medida foi tomada uma semana após procuradores federais americanos acusarem o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, de narcoterrorismo e de Washington anunciar uma recompensa de 15 milhões de dólares por informações que levem à sua captura.

“Os Estados Unidos estão lançando operações aprimoradas de combate a narcóticos no Hemisfério Ocidental para proteger o povo americano do flagelo mortal de narcóticos ilegais. Não podemos permitir que os cartéis de drogas explorem a pandemia para ameaçar vidas americanas”, disse o presidente, Donald Trump.

“Estamos enviando destroyers da Marinha, navios de combate, aeronaves e helicópteros, veleiros da Guarda Costeira e aeronaves de vigilância da Força Aérea, dobrando nossas capacidades na região”, concluiu o presidente. Segundo ele, outros 22 países cooperarão com as forças americanas.

Há exatos sete dias, procuradores federais americanos no estados de Nova York e da Flórida indiciaram Maduro e outros 14 membros de seu governo e ex-aliados por narcoterrorismo, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e corrupção. Desde então, a Agência de Execução de Drogas (DEA), órgão federal americano responsável pelo combate aos entorpecentes ilegais, oferece uma recompensa de 15 milhões de dólares por qualquer informação que leve à captura de Maduro.

Nesta semana, o Departamento de Estado apresentou um plano de transição democrática para a Venezuela, como meio de acenar para Maduro com uma via para sua renúncia. O plano prevê a formação de um governo interino, com a missão de convocar e organizar nova eleição presidencial ainda neste ano.

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O ditador venezuelano respondeu ao envio dos navios de guerra, afirmando que Trump tentava “desviar a atenção” venezuelana do avanço da Covid-19, que infectou pelo menos 129 pessoas e matou 3 pacientes no país latinoamericano. “Vamos ficar em paz, controlando a pandemia”, disse Maduro.

O líder da oposição e autodeclarado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, defendeu a medida dos Estados Unidos. “É urgentemente necessário um Governo Nacional de Emergência para impedir que o narcoregime usurpador continue cometendo excessos”, tuitou Guaidó.

“Os acusados de tráfico de drogas têm motivos para insônia por covardia e por não assumirem suas responsabilidades”, concluiu o líder oposicionista.

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Sequestros

Guaidó denunciou também nesta quinta-feira, por meio de seu perfil no Twitter, o sequestro de dois aliados políticos, Demóstenes Quijada e Maury Carrero, pelas forças de segurança de  Maduro. Os sequestros ocorreram entre a madrugada de quarta-feira 1 e esta quinta.

De fato, o próprio Guaidó foi intimado pelo governo venezuelano a comparecer a uma audiência judicial nesta quinta. O líder oposicionista é acusado de tentativa de golpe de estado e de assassinato.

As acusações se baseiam no depoimento do general da reserva venezuelana Cliver Alcala, que foi detido na Colômbia no final de março. Alcala, uma das 14 autoridades venezuelanas processadas pelos procuradores federais americanos, alegou manter um arsenal descoberto pelas autoridades colombianas na cidade de Puerto Viejo.

Alcala, que mora na Colômbia desde 2018 e se diz contrário à ditadura de Maduro, publicou em suas redes sociais que tinha a intenção de enviar as armas à Venezuela para “iniciar a liberação” do país.

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