Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

EUA duplicam estimativas de perdas econômicas com paralisação

Em quase 1 mês de embate com o Congresso americano, Donald Trump enfrenta crise que arrisca sua popularidade até entre grupo de eleitores mais fieis

Por Da Redação
16 jan 2019, 10h54

Na terça-feira 15, a Casa Branca admitiu que a paralisação parcial do governo, que já alcança seu 25° dia, está tendo um impacto maior que o inicialmente esperado na economia americana. O Conselho de Consultores Econômicos (CEA) duplicou as projeções de quanto o país vem perdendo em crescimento enquanto o impasse orçamentário em torno do muro com o México continua.

A revisão da estimativa feita pelos economistas de Donald Trump mostra que o “shutdown” representa um redução semanal de 0,13% em ganhos econômicos. Isso significa que o país já perdeu quase 0,5% de crescimento durante a paralisação atual, o que pode causar uma redução dos 2,2% de expansão no primeiro quadrimestre de 2018.

Apesar do vice-presidente americano, Mike Pence, ter minimizado os efeitos da paralisação em uma economia “forte”, as autoridades alertam Trump sobre o acúmulo de problemas, já que o governante também encara a desaceleração do crescimento global, uma guerra comercial com a China e os efeitos de um corte de US$1,5 trilhão em impostos.

Tentando amenizar os efeitos do congelamento, a administração de Trump chamou dezenas de milhares de empregados de volta ao trabalho, sem reestabelecer salários, para processar pagamentos, assegurar a segurança de voo e inspecionar comida e drogas. Segundo o jornal The New York Times, fontes da Casa Branca antecipam que a preocupação do governo com o impacto econômico irá crescer nos próximos dias, acelerando o fim do embate com o Congresso de maioria democrata. Outros próximos ao presidente americano acreditam que ele tem influência suficiente e o encorajam a se manter fiel a suas demandas.

Kevin Hassett, presidente do CEA, culpa os democratas pelos danos econômicos. Na última terça, ele explicou que a redução é um efeito acumulativo de salários federais confiscados e contratos não sendo cumpridos, o que resulta em menos investimento.

Durante pronunciamento à imprensa, tentando ilustrar as consequências da paralisação, Hassett disse que um dos membros licenciados  de sua equipe começou a dirigir para a Uber como alternativa de renda.

Continua após a publicidade

Fidelidade em risco

Mas entre os eleitores de Trump, nem todos parecem concordar com a isenção que Hassett oferece ao presidente americano. Novas pesquisas mostram que o presidente vem perdendo popularidade entre seus apoiadores mais fortes: os americanos brancos sem ensino superior.

Neste grupo, apenas 45% disseram aprovar o trabalho do atual governante, de acordo com um levantamento recente da CNN, conduzido pelo órgão SSRS. É o nível de apoio mais baixo desta parcela da população desde o início do mandato de Trump. Nos resultados de dezembro, antes da paralisação parcial, 54% dos brancos sem ensino superior eram favoráveis ao trabalho do presidente.

Entre os brancos que possuem diploma universitário, a avaliação de Trump permanece estável e radicalmente negativa, com 64% de reprovação.

Uma pesquisa da Universidade de Quinnipiac divulgada na terça-feira 15 corrobora com esta tendência. Segundo os acadêmicos americanos, a aprovação do presidente permaneceu estável entre os brancos que tem apenas o segundo grau, mas a rejeição aumentou de 37% para 43%.

A pesquisa da CNN também relatou que uma maioria de 55% dos americanos culpa o governo Trump pela paralisação parcial do governo, enquanto apenas 32% responsabilizam os democratas no Congresso.

Em dezembro, o presidente havia afirmado que daria início à paralisação do governo, dizendo em uma reunião com os democratas que “tomaria a responsabilidade” e “não os culparia por isso”. Recentemente, ele mudou sua política e vem tentando atribuir a longevidade do congelamento ao partido de oposição.

Continua após a publicidade

Em 2016, dois terços dos eleitores americanos brancos e sem diploma superior votaram em Trump, e apenas 29% na antiga Secretária de Estado Hillary Clinton. Nas eleições de meio de mandato em 2018, 61% se mantiveram fieis ao Partido Republicano.

O impasse que causa a paralisação parcial do governo envolve a discordância entre o presidente Donald Trump e o Congresso sobre a segurança da fronteira com o México. Para serem aprovados, os gastos públicos têm de passar por dois terços da Câmara, depois alcançando o Senado, de maioria republicana. A exigência de 5 bilhões de dólares para a construção do muro foi vetada pela bancada democrata e culminou no governo fechado.

Órgãos federais considerados dispensáveis pararam de funcionar, enquanto os essenciais permanecem abertos sem remuneração para seus funcionários, com o pagamento congelado até o reestabelecimento do governo. A estimativa é de que mais de 800.000 pessoas estejam sem salário, incluindo mais de 41.000 envolvidos em serviços de segurança.

(Com CNN, The New York Times) 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.