EUA consideram reabrir fronteiras para viajantes vindos do Brasil
Passageiros desembarcando do Reino Unido, da Irlanda e dos 29 países europeus do Espaço Schengen também seriam isentos de restrições de entrada
Os Estados Unidos cogitam suspender as restrições de entrada no país para viajantes não americanos vindos de passagem recente pelo Brasil ou por outros 31 países da Europa, publicou nesta quarta-feira, 25, a agência de notícias Reuters, citando cinco autoridades de Washington e da indústria da aviação americana.
Além do Brasil, os países mencionados nas discussões internas da Casa Branca são: Reino Unido, Irlanda e os 29 membros de facto do Espaço Schengen, uma zona de livre circulação de pessoas envolvendo parte da União Europeia, como França e Alemanha, e alguns países de fora do bloco, entre eles a Noruega.
Segundo fontes citadas pela agência, que não foram nomeadas, a reabertura conta com o apoio de “membros da força-tarefa da Casa Branca no combate à Covid-19, de funcionários da saúde pública e de outras agências federais”.
O presidente americano, Donald Trump, ainda não teria tomado uma decisão definitiva sobre o assunto.
Nenhuma autoridade do governo federal americano confirmou as informações publicamente até o momento.
Os Estados Unidos proíbem a entrada da maioria de estrangeiros, independentemente da nacionalidade, com passagem recente pelo Brasil desde maio. Quanto aos viajantes vindos da Europa, a proibição está imposta, em sua maioria, desde março.
Atualmente, a maioria dos estrangeiros sem visto de residência nos Estados Unidos não pode entrar no país caso tenha passado pelo Brasil ou por qualquer um dos 28 países europeus 14 dias antes do desembarque.
A lista de veto de entrada inclui também a China, primeiro Estado a ser barrado por Washington, ainda em janeiro, e pelo Irã — o governo americano não estaria ainda considerando o fim das restrições para nenhum desses dois países.
O Departamento de Estado americano, porém, concede “exceções de interesse nacional” para a entrada de viajantes da Europa motivados por questões “humanitárias, de saúde pública ou de segurança nacional”. Empresários, investidores, acadêmicos, estudantes e jornalistas também podem entrar no país em casos especiais.
Possíveis impasses
O aumento no número de contaminações poderá, porém, impedir a reabertura. Dos 32 países com possibilidade de isenção de restrições de entrada, 13, incluindo o Brasil, estão com alta em novos casos de Covid-19, segundo o New York Times.
O Times considera que “estão em alta ou se mantém em alta” os países com população de pelo menos 5 milhões e que registraram na semana anterior uma média diária de pelo menos quatro novas contaminações por 100.000 habitantes
Outro possível entrave à reabertura da fronteira americana é o fator da reciprocidade. A maioria da Europa ainda barra viajantes vindos dos Estados Unidos.
O Brasil, o Reino Unido e a Irlanda permitem a entrada, mas, no caso dos dois últimos, sob a exigência de uma quarentena de duas semanas na chegada.