EUA acusam Kremlin de usar americano preso como ‘peão’ para fins políticos
O repórter do 'Wall Street Journal', Evan Gershkovich, é apontado pela Rússia como espião, apesar de não ter apresentado provas contra ele
A embaixadora dos Estados Unidos em Moscou, Lynne Tracy, demandou nesta terça-feira, 26, que a Rússia liberte o jornalista americano Evan Gershkovich, preso desde março do ano passado sob acusações de espionagem, argumentando que o Kremlin estava usando-o e a outros cidadãos americanos como “peões”.
“Não é sobre provas”
Em entrevista à agência de notícias Reuters, Tracy afirmou que a última decisão de Moscou sobre prolongar a prisão preventiva de Gershkovich foi “particularmente dolorosa, já que esta semana marca um ano desde que Evan foi preso e detido injustamente”.
“O caso de Evan não é sobre provas, devido processo legal ou Estado de direito. Trata-se de usar os cidadãos americanos como peões para atingir fins políticos, como o Kremlin também está fazendo no caso de Paul Whelan”, disparou a diplomata.
Whelan, no caso, foi preso em Moscou em 2018 e, depois, condenado por espionagem em 2020, sendo sentenciado a 16 anos de prisão. Segundo o governo dos Estados Unidos, a acusação não tem mérito.
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Um ano de cárcere
Esta sexta-feira, 29, marcará o aniversário de um ano da prisão de Gershkovich na cidade de Ekaterinburg, nos Urais russos.
Repetidos recursos contra sua detenção foram rejeitados pela Justiça, que também já prorrogou diversas vezes sua prisão preventiva. Até hoje, não foi marcada nenhuma data para seu julgamento.
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Esperança de um acordo
O presidente russo, Vladimir Putin, já afirmou que Gershkovich poderá ser libertado, sem previsão de quando, em troca de um prisioneiro russo detido no estrangeiro. Porém, até agora, nenhum acordo dessa natureza se concretizou.
Gershkovich, o jornal para o qual trabalha, o Wall Street Journal, e o governo dos Estados Unidos negam veementemente todas as acusações russas, que levariam a uma pena de até 20 anos de prisão.