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Estudantes protestam na Tailândia contra uniformes e cortes de cabelo

Manifestação faz parte de onda de protestos que acontecem há uma semana; jovens exigem fim de 'regras discriminatórias'

Por Da Redação Atualizado em 29 jul 2020, 15h09 - Publicado em 29 jul 2020, 14h37

Em meio à onda de protestos contra o governo que acontecem na Tailândia há uma semana, estudantes, em maioria do ensino médio, foram às ruas para exigir o fim do que classificam como um currículo ultrapassado e regras discriminatórias envolvendo uniformes e cortes de cabelo.

Composta por alunos de várias idades, que carregavam bandeiras da comunidade LGBT e cartazes com palavras de ordem, a marcha em Bangcoc seguiu até o Ministério da Educação. Lá, os jovens questionaram as regras impostas pelo governo em escolas, principalmente envolvendo a diferença nos uniformes entre meninos e meninas.

“E os alunos de outros gêneros? Isso é algo que o Ministério precisa considerar porque é normal ser diverso”, disse um dos organizadores da manifestação, Panupong Suwannahong, de 19 anos. “O uniforme escolar segrega os gêneros dos alunos”. 

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Na frente do prédio do governo, uma estudante raspou o cabelo com uma máquina elétrica, citando regras “sufocantes” para as meninas, que precisam adotar cortes de cabelo padronizados pelo governo.

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“E os alunos gênero-fluido ou não binários?”, indagou a jovem, Pimchanok Nongnual. Gênero-fluido é o nome usado para pessoas que se identificam tanto com o gênero masculino quanto com o feminino. Já “não binário” é um termo guarda-chuva usado para identidades de gênero que não são masculinas ou femininas.

Em 8 de julho, em uma das ações mais liberais do país, o governo apoiou um projeto de lei para reconhecer uniões entre pessoas do mesmo sexo. No entanto, esse reconhecimento não resultou nos mesmos direitos legais possuídos por casais heterrosexuais. 

No final de semana centenas de pessoas foram às ruas para exigir direitos iguais em um dos protestos contra o governo do primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha, militar reformado que liderou a junta militar que deu um golpe de Estado em 2014. Alegando que iria combater a crise política instalada no país, ele mesmo se nomeou primeiro-ministro. 

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“Estamos aqui hoje principalmente para pedir por democracia. Assim que alcançarmos a democracia, direitos iguais virão”, disse um ativista de 21 anos. “A comunidade LGBT ainda não tem direitos iguais na sociedade, então estamos pedindo tanto por democracia quanto por igualdade”. 

O protesto fez parte da série de manifestações convocadas pelo movimento Free Youth, que possui três demandas: dissolução do Parlamento, fim da repressão a críticos ao governo e emendas à Constituição, que foi escrita por militares.

“Mesmo se eles não saírem do poder hoje, queremos que eles saibam que nós não vamos a lugar nenhum, nós estaremos aqui”, disse uma manifestante de 21 anos, que se identificou como Yaya.

(Com Reuters)

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