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Escândalo envolvendo relógios Rolex atinge presidente do Peru; entenda

Casa de Dina Boluarte foi alvo de operação no sábado, 30, para encontrar coleção de 15 relógios de luxo, que não constavam em sua declaração de renda

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 13h37 - Publicado em 1 abr 2024, 16h53

Uma operação fiscal, realizada no último sábado 30, reacendeu o histórico de corrupção do Peru, país que já está no quinto chefe de Estado em seis anos. Chamado de “Rolexgate”, o novo escândalo nacional atingiu a atual presidente país, Dina Boluarte. Dezenas de agentes invadiram sua casa e vasculharam o Palácio do Governo à procura de uma coleção de 15 relógios de luxo, marca registrada de Boluarte, que teriam sido omitidos de suas declarações de renda.

A operação surpresa, contudo, não encontrou os três Rolex do modelo Datejust 36 e um do modelo Day-Date, segundo a emissora peruana La Encerrona. O valor pago pelos artigos de luxo pode variar: o primeiro custa entre R$ 70 mil e R$ 100 mil; o segundo, cerca de R$ 90 mil – ao todo, portanto, a coleção valeria ao menos R$ 300 mil.

Embora a ausência dos quatro Rolex tenha sido notada, foram encontrados oito relógios de outras marcas, como Bulova, Fossil, Michael Kors e Swarovski, de maioria na cor dourado. Eles estavam guardados em uma caixa de metal, dentro de uma cômoda no quarto da mandatária, informou o relatório de busca.

“Na referida diligência, a entrega dos relógios Rolex pela presidente da república não foi localizada nem realizada, apesar de ter sido solicitada; Contudo, foram obtidos outros elementos de interesse para a investigação”, acrescentou a declaração do Ministério Público do Peru. “Por fim, é importante destacar que a presidente da república foi formalmente intimada para exiba os relógios Rolex e prestar depoimento na sexta-feira, 5 de abril de 2024, conforme solicitado pela defesa.”

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Versão de Boluarte

Frente ao alvoroço político, a líder peruana, há pouco mais de um ano no poder, solicitou que seu depoimento seja colhido o quanto antes para “esclarecer o mais rapidamente possível os fatos sob investigação”. A presidente argumentou que os objetos de luxo foram comprados ao longo dos seus anos de trabalho e negou irregularidades. Questionada por agentes sobre o paradeiro dos Rolex, Boluarte teria respondido: “Se você quiser, procure-os”, segundo o programa televisivo Cuarto Poder, com base nos autos da Promotoria.

Após ter as portas da residência arrombadas, ela definiu a busca como “arbitrária, desproporcional e abusiva”. O Ministério Público rebateu a crítica, afirmando que o procedimento “foi realizado por despacho do Supremo Tribunal de Instrução Preparatória do Supremo Tribunal de Justiça da República”, de forma a descartar de que a “intervenção tenha sido ilegítima, inconstitucional e abusiva”.

Não é a primeira vez, no entanto, que Boluarte se viu no centro dos holofotes por motivos desagradáveis. Ela foi acusada de enriquecimento ilícito durante a Presidência – cargo ao qual foi alçada em dezembro de 2022, quando era vice de Pedro Castillo e o então presidente foi destituído pelo Congresso peruano – além de ter colecionado denúncias por financiamento ilícito de campanha, tráfico de influência e plágio. O patrimônio da mandatária também triplicou nos últimos três anos, de cerca de R$ 220 mil para R$ 807 mil.

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