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Erika Hilton é identificada como homem em visto dos EUA e promete levar Trump à ONU

Deputada federal vê caso claro de transfobia e diz que governo americano ignora documentos oficiais; ela desistiu de viajar para conferência em Harvard

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 abr 2025, 17h42 - Publicado em 16 abr 2025, 09h47

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) afirmou nesta quarta-feira 16 que foi identificada com o gênero masculino em novo visto dos Estados Unidos. Ela prometeu que acionará as Nações Unidas e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos devido às políticas do governo do presidente americano, Donald Trump, por considerar o episódio um desrespeito a seus registros civis brasileiros e um caso claro de transfobia.

Um visto anterior, expedido em 2023 (durante o governo do democrata Joe Biden) informava que ela era do gênero feminino, em acordo com a identidade da parlamentar trans. No entanto, quando obteve novo documento para comparecer à Brazil Conference no sábado 12, um evento na Universidade Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a identificação foi alterada. Ela desistiu de viajar por conta da situação.

“Não me surpreende. Isso já está acontecendo nos documentos de pessoas trans dos EUA faz algumas semanas”, escreveu ela em postagem no X, antigo Twitter. “Não me surpreende também o nível do ódio e a fixação dessa gente com pessoas trans. Afinal, os documentos que apresentei são retificados, e sou registrada como mulher inclusive na certidão de nascimento.”

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“Agenda política de ódio”

De acordo com a deputada, o novo governo americano ignora documentos oficiais de outras nações soberanas, inclusive de representantes diplomáticos, “para ir atrás de descobrir se a pessoa, em algum momento, teve um registro diferente”. Ela reiterou, porém, que como cidadã brasileira tem direitos garantidos pela Constituição, legislação e jurisprudência do Brasil.

“Se a embaixada dos EUA tem algo a falar sobre mim, que falem baixo, dentro do prédio deles. Cercado, de todos os lados, pelo nosso Estado Democrático de Direito”, continuou. “O que me preocupa é um país estar ignorando documentos oficiais acerca da existência dos próprios cidadãos, e alterando-os conforme a narrativa e os desejos de retirada de direitos do presidente da vez. Porque isso não vai parar em nós ou atingir apenas as pessoas trans, a lista de alvos dessa gente é imensa.”

Em seu primeiro dia de mandato, 20 de janeiro, Trump assinou uma ordem executiva reconhecendo apenas os gêneros feminino e masculino. O decreto estabelece que formulários governamentais que solicitam informações sobre sexo devem oferecer apenas as opções “masculino” ou “feminino” e não devem pedir informações sobre identidade de gênero.

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Segundo ela, o episódio que a atingiu faz parte de uma “agenda política de ódio global, que também não para nos EUA”. Sem mencionar o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas em aparente referência ao governo direitista do PL, declarou que “já derrotamos” e “derrotaremos quantas vezes forem necessárias” a agenda política de ódio que enxerga agora em Washington.

Anteriormente, a deputada já havia dito que irá acionar o presidente Trump judicialmente nas Nações Unidas e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. “Queremos que o Itamaraty chame o embaixador para dar explicações”, enfatizou.

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