Enviado de Trump compara Palácio do Eliseu com Mar-a-Lago e enfurece franceses; assista
Comentário de Steve Witkoff sobre o resort do presidente dos EUA na Flórida foi realizado durante reunião em Paris sobre guerra na Ucrânia

O enviado especial de Donald Trump, Steve Witkoff, comparou na quinta-feira 17 a arquitetura do Palácio do Eliseu, residência oficial da Presidência da França, com a de Mar-a-Lago, resort do presidente dos Estados Unidos na Flórida. O comentário foi realizado durante uma reunião entre representantes americanos, franceses, britânicos, alemães e ucranianos para discutir questões relacionadas ao programa nuclear do Irã e à guerra na Ucrânia.
“É fabuloso o visual. Ele (Trump) trabalhou nisso sozinho. Ele é como um arquiteto ou designer”, acrescentou, depois de fazer a comparação.
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O paralelo entre os locais – o histórico Eliseu foi construído em 1772, tendo abrigado Napoleão e Napoleão III; Mar-a-Lago, na década de 1920, comprado por Trump em 1985 – despertou a ira de franceses nas redes sociais. “Imagina se você levar ele para Versalhes! Senhor bajulador em pessoa. Como ousa comparar o Eliseu a Mar-a-Lago?”, escreveu um deles.
Um usuário foi além e bradou: “Eles deveriam ter interrompido a reunião ali mesmo. Não se faz acordos com bárbaros”, enquanto outro francês foi mais conciso no ataque e definiu os enviados americanos como “patéticos”. É apenas um dos adjetivos negativos atribuído a Witkoff: “O idiota…mas nós sabíamos disso”. “Eles acham que estão em casa”, criticou outro francês no X, antigo Twitter.
Críticas de Zelensky
Witkoff não atraiu apenas o descontentamento dos franceses, mas também do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Em coletiva, ele acusou nesta quinta-feira o enviado de Trump de adotar a “estratégia do lado russo”.
“Acho muito perigoso porque ele está, consciente ou inconscientemente, não sei, disseminando narrativas russas. De qualquer forma, não ajuda”, alertou.
Na segunda-feira 14, Witkoff elogiou as conversas com presidente da Rússia, Vladimir Putin, em entrevista à emissora americana Fox News. Ele também afirmou que qualquer acordo de paz precisará abordar os “chamados cinco territórios”, em referência à península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e às quatro regiões ucranianas que foram adicionadas ao mapa russo em 2022: Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson. Zelensky, no entanto, rejeita que a soberania da Ucrânia possa ser violada ao ceder parte suas terras à Rússia.