Empresas de Trump são condenadas por esquema de fraude fiscal em Nova York
Ex-presidente, que já declarou interesse de voltar à Presidência dos EUA em 2024, não foi acusado nominalmente no caso
Em mais um revés na Justiça, duas empresas do ex-presidente americano Donald Trump foram condenadas nesta terça-feira, 6, por um esquema de fraudes fiscais e falsificação de registros, em decisão de um tribunal de Nova York. A Trump Corporation e a Trump Payroll Corporation, ambas sob a Trump Organization, podem pagar multa de 1,6 milhão de dólares.
Após o veredicto, o juiz responsável pelo caso estabeleceu para 13 de janeiro a data da sentença. Trump, que já declarou seu interesse de voltar à Presidência dos Estados Unidos em 2024, não foi acusado nominalmente no caso.
Embora não seja esperado que a multa afete de maneira substancial a empresa, a condenação pode assustar credores e parceiros e complicar sua capacidade de fazer negócios, que variam de operação de hotéis, campos de golfe e outros imóveis em todo o mundo.
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A acusação principal do caso centrou-se no fato que a empresa pagou despesas pessoais, como aluguel de casas, faculdade de familiares e arrendamentos de carros para os principais executivos sem declarar os impostos.
“A miscelânea de benefícios foi projetada para manter seus principais executivos felizes e leais”, disse o procurador Joshua Steinglass durante depoimento nesta terça-feira.
A empresa se declarou inocente. Apesar de Trump não ter sido citado nominalmente no caso, Steinglass afirmou que a narrativa de que o ex-presidente é “um ignorante simplesmente não é verdade”.
O procurador do distrito de Manhattan, Alvin Bragg, que comandou o caso, disse após a decisão que “este é um caso sobre mentiras e falsidades. Documentos falsos. Para, no final, fugir dos impostos”.
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Além da condenação desta terça-feira, a Trump Organization enfrenta outra acusação de fraude, apresentada pela procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James. Em setembro, James abriu um processo contra Trump e três de seus filhos, alegando “vários atos de fraude e deturpação” por mais de uma década.
Em um documento com mais de 200 páginas, a procuradora Letitia James alegou que a fraude afetou todos os aspectos dos negócios do ex-presidente, incluindo suas propriedades e campos de golfe. Além disso, a Trump Organization enganou credores, seguradoras e autoridades fiscais ao inflacionar o valor de suas propriedades usando avaliações enganosas.
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“Com a ajuda de seus filhos e altos executivos da Trump Organization, Donald Trump inflou falsamente seu patrimônio líquido em bilhões de dólares para enriquecer injustamente e enganar o sistema”, disse James em comunicado.
O caso de James, em curso há três anos, teve início depois que o ex-advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, testemunhou perante o Congresso que o republicano inflacionou o valor de certos ativos para obter empréstimos melhores de bancos, enquanto subvalorizou outros para obter benefícios fiscais.
Após uma longa batalha judicial, os advogados da procuradora conseguiram fazer com que o ex-presidente fosse intimado a depor. No entanto, ele se recusou a responder todas as perguntas.