Embaixada chinesa em Washington sofre ameaça de bomba, diz porta-voz
Governos dos EUA e da China têm intensificado a troca de farpas, culminando no fechamento do consulado chinês na cidade americana de Houston
Ameaças de ataque a bomba e de morte foram feitas contra a embaixada da China em Washington e os seus funcionários, afirmou uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores chinês na quarta-feira 22. A denúncia ocorre em meio a uma série recente de ataques entre a China e os Estados Unidos, dentre eles o fechamento do consulado geral chinês em Houston, no estado americano do Texas.
“Como resultado do ódio espalhado pelo governo dos Estados Unidos, a embaixada chinesa recebeu ameaças de bomba e de morte”, publicou no Twitter a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying.
O Departamento de Estado americano, que é o responsável pela condução da política externa dos Estados Unidos, não se pronunciou oficialmente sobre o tuíte.
As a result of smears & hatred fanned up by the #US gov, the Chinese embassy has received #bomb & #DeathThreats.
— Hua Chunying 华春莹 (@SpokespersonCHN) July 22, 2020
Hua, no mesmo dia, também havia se pronunciado na rede social sobre a ordem dada por Washington a Pequim na mesma quarta-feira para fechar o consulado geral chinês em Houston.
“Esta é uma evolução sem precedentes na opressão política dos Estados Unidos contra a China”, tuitou Hua. Outro porta-voz da pasta, Wang Wenbin, disse que o governo chinês “precisa escolher uma reação necessária” ao fechamento para “salvaguardar seus direitos legítimos”.
O governo americano fechou o consulado por receio de que os funcionários do órgão estivessem realizando espionagem para o governo chinês.
Como divulgou o Departamento de Estado, a decisão foi tomada “para proteger a propriedade intelectual americana e as informações privadas dos americanos”.
Com o fechamento do consulado geral em Houston, a China ainda mantém outros quatro consulados gerais nos Estados Unidos — nas cidades de Nova York, Chicago, São Francisco e Los Angeles —, além da embaixada, em Washington.
Desde o início de julho, os conflitos diplomáticos entre os governos chinês e americano têm se agravado especialmente em dois focos: Huawei e Hong Kong.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, anunciou em 15 de julho restrições de visto para funcionários da Huawei por ser um “braço do estado de vigilância do Partido Comunista Chinês”.
Os americanos acusam há anos a empresa de tecnologia chinesa de realizar espionagem para a China. Desde maio de 2019, por meio de um decreto do presidente, Donald Trump, os Estados Unidos proíbem o uso da tecnologia 5G da Huawei em território americano.
Em relação a Hong Kong, Trump aprovou duas medidas contra a China em 14 de julho: um pacote de sanções contra algumas autoridades chinesas e a revogação do status comercial privilegiado que Hong Kong tinha com os Estados Unidos.
O governo americano acusa a China de estar “extinguindo a liberdade” na região administrativa especial, que, a partir de então, é tratada por Washington no ponto de vista comercial da mesma maneira que o resto da China continental.
O motivo para a acusação é uma recém aprovada lei de segurança nacional que amplia o poder das forças de segurança e do sistema judiciário da China de interferir em Hong Kong.
(Com Reuters)