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Black das Blacks: VEJA com preço absurdo

Em um ano, plataformas da Meta permitiram mais de 5.000 anúncios incentivando deepfakes

Estudo da FGV revela que ferramentas para a produção de vídeos falsos, que simulam pessoas em contextos íntimos, têm salvo-conduto para campanhas publicitárias

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 ago 2025, 12h59 - Publicado em 13 ago 2025, 12h49

Parece, mas não é. Nos últimos anos, numa velocidade galopante, o uso da inteligência artificial para inserir rostos reais em cenas falsas com o objetivo de criar um vídeo com alguém dizendo algo que não disse se alastrou — e torna-se cada vez mais acessível. Novo e péssimo degrau das fake news, as deepfakes, termo que junta a palavra fake (falso, em inglês) com a expressão deep learning (aprendizagem profunda; uma técnica de IA), são hoje facilmente produzidas com ferramentas que não exigem habilidades de edição. Ferramentas essas, segundo novo estudo da FGV Comunicação compartilhado com VEJA, que tem salvo-conduto para fazer campanha publicitária nas plataformas digitais da Meta.

O levantamento revelou que, entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, mídias sociais como Facebook, Instagram e WhatsApp permitiram a circulação de 5.111 anúncios incentivando a produção de deepfakes pelos usuários das redes. Os anúncios foram publicados por oito perfis de ferramentas: AI Mirror, Reviva, Selfyzai Max, Selfyzai-J1, PicMa, AI Video Generator, Lily Clark 0720 e Selfie AI.

Além disso, a FGV mapeou os principais usos das montagens: fins lúdicos e disseminação de informação, com foco em geração de conteúdo de teor sexual. Dos anúncios identificados, 21,5% estimulam a produção de deepfakes de beijos e 10,7%, de abraços.

Os anúncios focados em beijos incentivavam especialmente a criação de vídeos íntimos com mulheres, como ex-namoradas, “crushes”, celebridades ou “a garota dos seus sonhos”, muitas vezes com conotação sexual implícita. A linguagem e o foco sugerem que o público-alvo principal são homens heterossexuais, segundo a FGV.

Problema crescente

No debate político, figuras públicas aparecem frequentemente em sátiras ou montagens manipuladas, muitas vezes com conotações homofóbicas e misóginas, segundo o estudo. O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), foi vítima de montagem em que chamava os professores da rede pública de “vagabundos”, além de proferir outros impropérios, caso que se transformou em um inquérito. Na Itália, a primeira-ministra, Giorgia Meloni, pediu indenização de R$ 548 mil após aparecer em um pornô fake.

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Enquanto isso, celebridades de todos os campos viraram alvo da prática sem saber ou permitir. Muitas edições envolvem pessoas famosas em contextos de promoção, como um vídeo em que o respeitado médico Dráuzio Varella aparece vendendo colágeno, ou de conteúdo adulto — a atriz Gal Gadot, de Mulher­-Maravilha (2017), virou estrela de um vídeo pornô embusteiro publicado no site Reddit.

Apesar das políticas da Meta proibirem conteúdos ilegais, discriminatórios e de incitação ao ódio — incluindo material que explore, desinforme ou discrimine —, anúncios com deepfakes íntimos, inclusive não consensuais, continuam circulando.

“Por não se enquadrarem como conteúdo sexual explícito (como nudez ou exposição corporal sexualizada), esses materiais escapam das restrições impostas pela plataforma, abrindo espaço para a sua normalização”, diz o estudo da FGV.

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