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Em última viagem ao exterior, Biden vai a Angola para fazer frente à China na África

Visita vai promover o Corredor Lobito, uma linha ferroviária que permitirá que os EUA tenham acesso a recursos naturais africanos, em especial minerais

Por Redação 3 dez 2024, 15h16

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se encontrou com o presidente da Angola, José Lourenço, nesta terça-feira, 3, na sua primeira viagem a um país africano desde o início do seu mandato, em 2020, e sua última ao exterior antes do retorno de Donald Trump à Casa Branca. A visita tem como um dos seus objetivos promover o Corredor Lobito, uma linha ferroviária que permitirá que Washington tenha acesso a recursos naturais africanos, de forma a conter a influência chinesa na região.

Biden disse que os Estados Unidos estão “totalmente comprometidos com a África”, mesma frase que usou na cúpula EUA-África em 2022, acrescentando: “Não achamos que temos todas as respostas, mas estamos preparados para ouvir suas respostas às suas necessidades, especialmente respostas ao financiamento da dívida internacional”.

Lourenço, por sua vez, afirmou que quer seguir os passos do Japão e do Vietnã, que lutaram contra os americanos em guerras mas depois “viraram a página” e passaram a receber investimentos de Washington. Numa possível aproximação com os EUA, o líder angolano indicou interesse em aprimorar acordos de defesa e segurança, promover exercícios militares conjuntos e impulsionar a cooperação no Golfo da Guiné e no Atlântico Sul.

“Vamos superar as relações da Guerra Fria, onde nem sempre estivemos alinhados, e fazer uma reviravolta nas relações entre os dois países”, disse Lourenço, em referência à guerra civil angolana, quando os EUA apoiaram facções armadas contrárias ao movimento anticolonial. 

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Corredor Lobito

Além do empurrão das relações EUA-Angola, o Corredor Lobito também ocupa o centro das discussões de Biden durante a visita à capital, Luanda. A linha ferroviária se estende pela fronteira de Angola, República Democrática do Congo até a cidade de Lobito, no Oceano Atlântico. Seria uma passagem de minerais do continente para os Estados Unidos e países da Europa, que levanta críticas ao Ocidente por destituir os africanos de seus recursos naturais. 

O projeto, que deve ser construído por mais cinco anos, tomará corpo durante o governo de Donald Trump. Espera-se que o republicano, nesse quesito, siga a mesma linha do presidente democrata e mantenha laços firmes com a Angola, numa tentativa de barrar a intensa presença da China na região, iniciada no pós-guerra civil.

No passar dos anos, Pequim melhorou a infraestrutura angolana, construiu shoppings e gerou empregos com seus investimentos no país, o que rendeu uma boa reputação entre a população local. A parceria não ficou restrita à China: a Rússia também virou um dos principais aliados tradicionais da Angola.

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Entrar nesse campo de disputa será um duro desafio para os EUA, que afirmou estar comprometido em não afundar o país africano em dívidas, como fez a China. Mais do que qualquer outra nação do continente, a Angola deve US$ 42 bilhões ao governo chinês.

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Escravidão

Além disso, Biden visitou nesta terça-feira o Museu Nacional da Escravidão de Angola, que inclui uma capela do século XVII onde pessoas escravizadas eram batizadas à força antes de serem traficadas para os Estados Unidos. Os EUA já anunciaram uma doação de US$ 229 mil para apoiar a restauração do prédio histórico.

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No passado, a instituição pertenceu a um dos maiores escravizadores da costa da África, expondo objetos usados para a tortura e punição de escravizados.

Os primeiros escravizados vindos da África chegaram à Virgínia, colônia britânica na época, em 1619. Ao todo, 4 milhões de angolanos foram vítimas do tráfico negreiro transatlântico, com Brasil e os EUA como seus principais destinos. O evento também contou com a presença de Wanda Tucker, descendente de William Tucker, primeira criança escravizada nascida nos Estados Unidos. Os pais de William chegaram a Virgínia em 1619, no navio português White Lion.

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