Em reunião sem Ucrânia, EUA e Rússia concordam em ‘abrir caminho’ para fim da guerra
Na Arábia Saudita, delegações de ambos países falam em reequipar missões diplomáticas; Leitura mundo afora é que tratativas começaram nos termos de Putin

Funcionários dos governos da Rússia e dos Estados Unidos se encontraram na Arábia Saudita nesta terça-feira, 18, para iniciar conversas sobre como melhorar os laços entre os países e negociar o fim da guerra na Ucrânia. Após a reunião – sem ucranianos –, a porta-voz do Departamento de Estado americano, Tammy Bruce, disse que as duas delegações concordaram em “começar a trabalhar em um caminho para encerrar o conflito no Leste Europeu.
As delegações, lideradas pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, e pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, se encontraram a portas fechadas no Palácio Diriyah em Riade.
Segundo a porta-voz, Rubio e Lavrov concordaram em nomear “equipes de alto nível para começar a trabalhar em um caminho para acabar com o conflito na Ucrânia o mais rápido possível de uma forma que seja duradoura, sustentável e aceitável para todos os lados”. O chefe da diplomacia americana também disse que as respectivas embaixadas em Washington e Moscou precisariam ser reequipadas, pois “precisaremos ter missões diplomáticas vibrantes que sejam capazes de funcionar normalmente para podermos continuar esses canais”.
Tammy Bruce acrescentou que os países concordaram em estabelecer um “mecanismo de consulta para abordar os irritantes ao nosso relacionamento bilateral”, além de manter cooperação contínua em direção a oportunidades econômicas e de investimento “que surgirão de um fim bem-sucedido para o conflito na Ucrânia”.
A declaração do Departamento de Estado não mencionou nada sobre envolver o governo ucraniano ou nações da Europa nas negociações. Disse apenas que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é “o único líder no mundo que pode fazer a Ucrânia e a Rússia concordarem com” um cessar-fogo.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na segunda-feira 17 que seu país não aceitaria o resultado de nenhuma negociação sem o envolvimento de Kiev. A leitura mundo afora é que as tratativas foram iniciadas quase completamente nos termos da Rússia.