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Em retaliação, Rússia impõe sanções sobre Biden e autoridades dos EUA

Outras autoridades americanas, como o secretário de Estado americano, Antony Blinken, também figuram na lista

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 mar 2022, 17h10 - Publicado em 15 mar 2022, 13h35

O governo da Rússia impôs sanções contra o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden e um de seus filhos, anunciou o Ministério das Relações Exteriores russo em comunicado nesta terça-feira, 15. Outras autoridades americanas, como o secretário de Estado americano, Antony Blinken, também figuram na lista.

“Em resposta a uma série de sanções sem precedentes proibindo, entre outras coisas, a entrada nos Estados Unidos para autoridades do alto escalão da Federação Russa, a partir de 15 de março deste ano, a lista russa inclui com base em reciprocidade o presidente J. Biden, o secretário de Estado, A. Blinken, o secretário de Defesa, L. Austin, assim como uma série de chefe de departamentos e figuras proeminentes”, diz o documento.

Também estão na lista o diretor da CIA, William Burns, e outros quatro altos cargos da gestão Biden, incluindo a diretora da Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Samantha Power, além do filho de Biden, Hunter, e a ex-secretária de Estado e candidata presidencial democrata Hillary Clinton, que reagiu em tom de brincadeira à notícia de que tinha sido sancionada.

“Quero agradecer à Academia Russa por este prêmio pelas conquistas de toda uma vida”, brincou Clinton em mensagem publicada na sua conta oficial no Twitter.

O documento afirma que o passo de retaliação é uma “consequência inevitável do rumo extremamente russofóbico adotado pelo governo dos EUA, que, em tentativa desesperada de manter hegemonia americana”.

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Segundo a chancelaria russa, mais sanções serão anunciadas para expandir a lista, incluindo “oficiais militares, parlamentares, empresários, especialistas e personalidades da mídia que são russofóbicos ou contribuem para incitar ódio contra a Rússia”.

Em tom irônico, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, minimizou a importância das sanções, dizendo que Moscou parece ter errado o alvo das restrições.

“O presidente é Junior, então pode ser que tenham sancionado o pai dele. Que descanse em paz”, disse Psaki em entrevista coletiva. O nome completo do presidente americano é Joseph Robinette Biden Junior, porque seu pai tem o mesmo nome.

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Além disso, Psaki declarou que “não surpreenderá ninguém saber que nenhum de nós está planejando viagens turísticas à Rússia e que nenhum de nós tem contas bancárias que não possa acessar. Então vamos superar isto”. 

O anúncio de Moscou é uma retaliação às sanções impostas pelos EUA devido à invasão russa à Ucrânia, afetando entre outros, o presidente russo, Vladimir Putin, e o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov.

Apesar das represálias, como sanções ocidentais, o presidente russo, Vladimir Putin, vem aproveitando o momento para colocar ainda mais  pressão sobre a Ucrânia e seu presidente, Volodymyr Zelensky, afirmando que a melhor solução para acabar com a crise seria o país desistir de entrar na Otan, principal aliança militar ocidental e grande ponto de atrito entre a Rússia e o Ocidente.

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Segundo Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. De acordo com ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado. 

Em tom desafiador, o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, disse que “sanções não irão resolver nada no que diz respeito à Rússia”.

“É difícil imaginar que alguém em Washington esteja contando que a Rússia irá revisar o curso de suas políticas externas sob a ameaça de restrições”, declarou. “Não me lembro de um único dia quando nosso país viveu sem qualquer restrições do mundo Ocidental (…) Não há dúvidas de que as sanções impostas contra nós irão prejudicar o sistema financeiro global e os mercados energéticos. Os Estados Unidos não ficarão de fora”.

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