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Em primeira declaração sobre Venezuela, Biden diz apoiar novas eleições no país

Pouco antes, porta-voz disse que órgão eleitoral venezuelano havia ficado "aquém de tomar medidas básicas de transparência"

Por Da Redação
Atualizado em 15 ago 2024, 17h47 - Publicado em 15 ago 2024, 17h00

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quinta-feira, 15, ser favorável à convocação de uma nova eleição na Venezuela. Esta é primeira vez que o mandatário americano se manifesta sobre a crise política no país – anteriormente, só o Departamento de Estado e seus assessores haviam se pronunciado.

Pouco antes, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel, disse que o órgão eleitoral venezuelano havia ficado “aquém de tomar medidas básicas de transparência e integridade e não seguiu disposições legais e regulatórias”.

+ Lula diz não reconhecer vitória de Maduro e que venezuelano ‘deve explicações’

A declaração do chefe da Casa Branca foi feita após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarar à Rádio T, de Curitiba, que não reconhecia a vitória do venezuelano Nicolás Maduro nas urnas, sugerindo que se formasse um governo de coalizão ou que houvesse um novo pleito.

Sobre o fato de reconhecer ou não o pleito, Lula disse: “Ainda não (reconheço que ganhou a eleição). Ele sabe que está devendo uma explicação. Ele sabe disso”.

“Se ele tiver bom senso, poderia fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições e estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê nacional que participe todo mundo e deixe entrar olheiros do mundo inteiro”, disse.

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Além de Lula, o presidente colombiano, Gustavo Petro, também apoiou a convocação de novas eleições. Ambos conversaram por telefone nesta quarta-feira, 14, sobre os esforços que podem ser feitos para solucionar a crise na Venezuela.

Em seu perfil na plataforma X, antigo Twitter, Petro afirmou que era necessária a suspensão de todas as sanções contra a Venezuela, anistia geral nacional e internacional, garantias totais à ação política, governo de coabitação transitório e novas eleições livres.

“Uma solução política para a Venezuela que traga paz e prosperidade ao seu povo depende de Nicolás Maduro. A experiência da Frente Nacional Colombiana é uma experiência que, aproveitada temporariamente, pode ajudar a levar a uma solução definitiva”, escreveu em outro post. A Frente Nacional Colombiana foi um pacto político que destituiu o ditador colombiano Gustavo Rojas Pinilla do poder.

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Reação de Corina

Após Lula sugerir novas eleições, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, rejeitou a ideia de um novo pleito. No X, Machado publicou um trecho de uma entrevista em que é questionada sobre a afirmativa do petista.

“Vai-se para uma segunda eleição e, se não gostarem dos resultados, vamos para uma terceira, uma quarta e uma quinta, até que os resultados agradem a Maduro? Aceitariam isso em seus países?”, contesta.

Após o povo venezuelano ir às urnas no dia 28 de julho, o Conselho Eleitoral Nacional (CNE) proclamou Maduro vitorioso no pleito com 51% dos votos, contra os 43% de seu principal opositor, Edmundo González — alegação que os EUA rejeitaram.

Segundo levantamentos de boca de urna, a oposição venezuelana teria ganhado o pleito com 65% de apoio, contra 31% de Maduro.

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