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Em Nova York, Macri diz que não levará Argentina a nova moratória

Presidente inclui elemento político à crise ao declarar-se candidato à reeleição em 2019; FMI deve ampliar ajuda de 50 bilhões de dólares

Por Da Redação
Atualizado em 24 set 2018, 17h17 - Publicado em 24 set 2018, 15h40

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, prometeu nesta segunda-feira (24) que seu país não voltará a declarar moratória. Em entrevista à TV Bloomberg, em Nova York, insistiu que Buenos Aires terá apoio adicional do Fundo Monetário Internacional (FMI) para enfrentar a deterioração da economia.

Macri disse que não haver “um plano B” para a economia argentina e, em desafio ao apoio incerto do Congresso às medidas de austeridade fiscal exigidas pelo FMI, disse estar pronto para concorrer à reeleição em 2019.

“Vamos ter mais apoio do FMI, não posso dizer o quanto, porque estamos negociando”, disse Macri, acrescentando que o acordo será anunciado em alguns dias. “Não há nenhuma chance de a Argentina declarar moratória. Zero.”

Em Buenos Aires, os movimentos sociais já se concentravam na Praça de Maio hoje, como ato prévio à greve geral anunciada para a terça-feira (25). Os movimentos pediam ao governo para declarar emergência alimentar e o aumento de 100% de gastos públicos com a assistência social. Convocada pela Confederação Nacional do trabalho (CGT), a greve geral terá como objetivo principal atacar a política econômica de Macri.

O FMI e o governo de Macri acordaram, em junho, um programa de ajuda de 50 bilhões de dólares em três anos, dos quais 15 bilhões já foram repassados. O apoio da instituição financeira ao governo argentino foi bem recebida pelos mercados, mas não impediu o ataque especulativo contra a moeda argentina, o peso, que acumula desvalorização de mais de 50% neste ano.

A ampliação do crédito original pelo FMI tenderá a vir acompanhado por contrapartidas na área fiscal. Macri já está em negociação com o Congresso de seu plano de déficit primário zero em 2019 e prepara um projeto para a limitação da expansão dos gastos públicos. O FMI deverá exigir mais, além de impor o modelo que lhe pareça mais adequado para a Argentina.

“Com essa nova taxa de câmbio, a Argentina tem uma taxa muito competitiva. Estamos equilibrando as contas externas. As exportações estão crescendo a uma velocidade de 18% a 20%”, afirmou, referindo-se a uma das debilidades da economia argentina, o balanço de pagamentos.

O presidente argentino explicou que, para combater a volatilidade do peso, discute com o FMI uma nova política monetária. Macri, no entanto, enfatizou que haverá controle cambial, como aconteceu nos anos 1990 durante o governo de Carlos Menem. Naquela época, o então ministro da Economia, Domingo Cavallo, adotou a lei de Conversibilidade, que equiparou o peso ao dólar.

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“Não é um controle o que vamos fazer, como na conversibilidade. Estamos trabalhando com o Fundo Monetário e vamos apresentar um acordo que trará mais confiança, mais até do que se viu nos últimos dez dias, quando os mercados mudaram e começaram a reagir”, disse.

“Não quero adiantar o acordo, mas estabelece uma política monetária clara, que mostrará para onde estamos indo, que vamos reduzir drasticamente a inflação e nossas necessidades de apoio financeiro externo”, acrescentou Macri.

Ao declarar-se como candidato a 13 meses da eleição, Macri inclui mais um elemento político à crise econômica argentina. O país deverá fechar o ano com inflação acima de 40%, com taxa de juros básica de 60%, além dos ataques contra a sua moeda.

Antes da entrevista, Macri encontrou-se com executivos de bancos de investimento. Este foi o primeiro compromisso do presidente argentino com agentes do mercado financeiro desta semana em que participará da sessão de abertura dos trabalhos da Assembleia Geral das Nações Unidas.

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