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Em meio a protestos após explosão, primeiro-ministro do Líbano renuncia

Hassan Diab estava há sete meses no cargo e o deixou depois de manifestantes tomarem as ruas do país

Por Da Redação Atualizado em 10 ago 2020, 14h15 - Publicado em 10 ago 2020, 13h57

Após sucessivas renúncias de membros de seu gabinete como resultado da grande explosão na semana passada no porto de Beirute, o primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, anunciou nesta segunda-feira, 10, sua renúncia, junto com o restante de seu gabinete. O premiê estava no cargo há sete meses.

O chefe do governo, que se apresenta como independente, responsabilizou a classe política tradicional por seus fracassos, criticando a “corrupção” que levou a “este terremoto que atingiu o país”.

“Hoje seguimos a vontade do povo em sua demanda por culpar os responsáveis pelo desastre que estava pronto para acontecer há sete nos, e o desejo por mudança real”, disse em um discurso televisionado à nação. “Em face desta realidade, estou anunciando hoje a renúncia deste governo”.

Antes do discurso, Diab se reuniu com sua equipe ministerial na sede do governo. De acordo com fontes, os ministros já tinham a intenção de renunciar. A troca de primeiro-ministro é a terceira em menos de um ano.

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A explosão em 4 de agosto de mais de 2.000 toneladas de nitrato de amônio matou ao menos 163 pessoas, deixou mais de 6.000 feridas e destruiu parte da capital. Os danos gerados pela detonação são estimados entre 10 e 15 bilhões de dólares e em torno de 300.000 pessoas ficaram desabrigadas. Segundo Diab, a explosão foi “resultado de corrupção endêmica”. 

A classe política do país, responsabilizada pela explosão e acusada de negligência, já havia se enfraquecido nos últimos dias. Três ministros já haviam renunciado em meio aos protestos que tomaram conta da capital, sendo eles: a ministra da Justiça, Marie-Claude Najm, a ministra da Informação, Manal Abdel Samad, e o ministro do Meio Ambiente, Damianos Kattar. 

De acordo com a Constituição libanesa, o governo cai se mais de um terço de seus membros renunciar, abrindo espaço para uma reestruturação completa do governo.

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Durante manifestações no final de semana, reprimidas pelas forças de segurança, os manifestantes pediram “vingança” contra a classe política totalmente desacreditada após a tragédia em um país já atingido por uma crise econômica sem precedentes agravada pela epidemia de Covid-19. Eleições antecipadas não são uma das principais reivindicações das ruas, já que o Parlamento é controlado por forças tradicionais que elaboraram uma lei eleitoral cuidadosamente calibrada para servir aos seus interesses.

“Todos significa todos”, proclamaram nos últimos dois dias os manifestantes, apelando à saída de todos os dirigentes. Efígies de muitos deles, incluindo de Michel Aoun e Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, foram penduradas em forcas durante os protestos.

Embora a renúncia de Diab tenha parecido inevitável após a explosão, ele parecia pouco disposto a deixar o cargo. Há dois dias, o premiê fez um discurso televisionado no qual afirmou que ficaria dois meses no cargo para permitir que todos os grupos chegassem a um consenso sobre um plano para reformas. 

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Em encontro virtual com autoridades dos Estados-membros, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destacou nesta segunda-feira a importância de uma “investigação credível e transparente para determinar a causa da explosão e para a responsabilização exigida pelo povo libanês”. 

“Também é importante que reformas sejam implementadas para responder às necessidades do povo libanês dentro do longo prazo”, disse.

(Com Reuters e AFP)

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