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Em meio a crise, França envia gás para a Alemanha pela primeira vez

Acordo pretende aliviar déficits de energia pelo fechamento de gasodutos russos, dos quais Berlim dependia para metade do fornecimento de gás

Por Da Redação
13 out 2022, 16h37

Em meio a crescentes pressões energéticas, a França enviou gás para a Alemanha pela primeira vez nesta quinta-feira, 13. O acordo veio para aliviar os déficits provocados pelo fechamento dos gasodutos da Rússia para toda Europa, especialmente para os alemães, que dependem fortemente do Nordstream 1.

O pacto estabelecido entre os países no mês passado determina que Berlim se comprometa a fornecer eletricidade adicional à Paris quando necessário, e os franceses forneçam gás em troca. A França é menos afetada pelos gasodutos russos porque grande parte de sua energia vem da Noruega, por meio do fornecimento de gás natural liquefeito. Mesmo assim, o país vem implementando medidas para reduzir 10% do consumo de energia por parte da indústria, das autoridades municipais e das famílias. 

“Se não tivéssemos solidariedade europeia e um mercado integrado e unido agora, teríamos sérios problemas”, disse o presidente francês, Emmanuel Macron, na quarta-feira 12.

A operadora de rede francesa, GRTgaz, disse que entregaria inicialmente 31 gigawatts-hora (GWh) todos os dias, através de um gasoduto da vila fronteiriça francesa de Obergailbach. A capacidade máxima diária do novo fluxo de gás é de 100 GWh, segundo o comunicado.

+ Alemanha nacionaliza gigante de gás para evitar crise energética

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Embora o novo fluxo seja inferior a 2% das necessidades diárias da Alemanha, toda ajuda é bem-vinda, pois Berlim luta para diversificar suas fontes energia. Antes do fechamento dos dutos, o país dependia da Rússia para 55% de seu gás – parcela que já caiu para 35% – e quer, eventualmente, reduzir as importações a zero.

O país também aumentou seu uso de carvão e estendeu a vida útil das usinas de energia que deveriam ser fechadas devido ao impacto ambiental negativo. O governo alemão espera reduzir o uso de gás em 2%, limitando o uso de iluminação e aquecimento em prédios públicos durante o inverno. 

O país também estabeleceu na segunda-feira 10 que vai pagar as contas de gás de residências e pequenas e médias empresas durante o mês de dezembro. Além disso, vai subsidiar os preços de gás entre março de 2023 e abril de 2024, em uma medida que faz parte do pacote econômico de 200 bilhões de euros anunciado pelo premiê do país, Olaf Scholz, em setembro deste ano.

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+ Putin propõe ‘central de gás’ na Turquia para defender energia russa

A Rússia tem sido acusada de usar o fornecimento de gás como arma contra o Ocidente desde a invasão da Ucrânia, mas nega as denúncias. O presidente russo, Vladimir Putin, disse na quarta-feira 13 que as torneiras de gás ainda podem ser abertas para a Europa e que “a bola, como dizem, está agora na quadra da União Europeia”. Além disso, afirmou que o país está pronto para fornecer volumes adicionais de gás no período outono-inverno. 

Apesar das palavras de Putin, a retomada do fornecimento de gás para a Europa é incerta. O Nord Stream 1, o maior gasoduto da Rússia para a Europa, foi fechado indefinidamente em agosto depois que, segundo estatal russa Gazprom, vários vazamentos foram encontrados.

O projeto Nord Stream 2, que deveria entrar em operação este ano, teve uma licença de operação negada pela Alemanha devido à invasão da Rússia na Ucrânia, e vazamentos foram encontrados no duto também. 

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