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Em meio a crise de fome, enviado de Trump visita centro de distribuição de comida em Gaza

Operação humanitária comandada por empresa privada e supervisionada pelo Exército israelense já provocou 1.373 mortes de palestinos, segundo a ONU

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 ago 2025, 10h02

Steve Witkoff, enviado especial do presidente Donald Trump para o Oriente Médio, visitou nesta sexta-feira, 1º de agosto, um centro de distribuição de alimentos da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), controverso grupo privado gerido pelos Estados Unidos e Israel. O posto é um dos três postos de ajuda humanitária permitidos no enclave, próximos aos quais 1.373 palestinos, segundo as Nações Unidas, foram mortos nas últimas semanas enquanto disputam por uma cesta que vem se revelando insuficiente.

Witkoff foi a um centro da GHF na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. De acordo com a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, ele e o embaixador americano em Israel, Mike Huckabee, têm o objetivo de “inspecionar os atuais locais de distribuição e definir um plano para entregar mais alimentos, além de se reunir com os moradores de Gaza para ouvir em primeira mão sobre esta terrível situação no local”.

Espera-se que os dois, em seguida, passem um relatório sobre a visita a Trump, que aprovará um “plano final para a distribuição de alimentos e ajuda humanitária na região”, disse Leavitt.

Esta é a segunda viagem de Witkoff a Gaza. A primeira ocorreu logo após a posse de Trump em janeiro, quando tornou-se a primeira autoridade americana a entrar no enclave em mais de uma década.

Em comunicado, um alto funcionário do Hamas afirmou que a ocasião desta sexta não passa de uma oportunidade para uma sessão de fotos. “Gaza não é uma fazenda de animais que exige uma visita pessoal encenada para tirar fotos em frente às armadilhas mortais supervisionadas por suas empresas americanas (em referência à GHF)”, disse Basem Naim, ex-ministro da Saúde palestino em Gaza.

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“Licença para matar”

Segundo um relatório avalizado pela ONU, 93% da população está em estado de vulnerabilidade alimentar e 244 000, em situação “catastrófica”. Só em 48 horas, 33 pessoas sucumbiram à desnutrição, doze crianças. O fornecimento de mantimentos ali foi transferido a uma empresa americana apoiada por Israel e Estados Unidos — a GHF, criticada pela inexperiência e pelo viés militarizado da missão que encabeça.

A GHF foi criada em maio para substituir as Nações Unidas na função de distribuir ajuda humanitária em Gaza, porque, segundo Israel, a UNRWA, principal agência da ONU no enclave, estaria em conluio com o Hamas, que vinha roubando e desviando suprimentos. (Uma revisão interna do governo dos Estados Unidos, porém, não encontrou evidências de roubo generalizado nem de afiliações entre o grupo terrorista palestino e organizações humanitárias).

Diversas entidades e a comunidade internacional têm criticado o método de entrega de alimentos da GHF – em um número limitado de locais fortemente militarizados. As Nações Unidas, no final de junho, condenaram a “transformação de alimentos em armas” por Israel na Faixa de Gaza, o que definiu como um “crime de guerra”.

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A organização administra apenas quatro locais para alimentar 2 milhões de pessoas. Antes, no modelo de ajuda administrado pela UNRWA e pelas principais organizações humanitárias internacionais, que alimentou os palestinos durante quase 20 meses de guerra, havia mais de 400 pontos de distribuição de ajuda.

Uma startup sem experiência na distribuição de alimentos em zonas de conflito complexas, a GHF iniciou as operações de fornecimento de alimentos em 26 de maio, após Israel romper parcialmente o bloqueio à entrada de ajuda no enclave. Já no primeiro dia, as Forças de Defesa de Israel (IDF) dispararam perto de multidão de palestinos após a GHF perder controle do posto em Rafah, dando início a um tumulto. Uma série de episódios parecidos foram registrados desde então, alguns deles com mais de 50 vítimas.

O IDF nega responsabilidade e afirma que segue um protocolo para evitar tumulto e garantir a segurança dos agentes humanitários, o que a ONU rebate: “É como se tivessem licença para matar”. A situação levou 25 países, como Reino Unido e França, a apelarem conjuntamente pelo término do conflito. E ouviram do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu: “Estão desconectados da realidade”.

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