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Em Gaza, estudantes abandonam sonhos acadêmicos em meio a busca aflita por comida

Ao menos 97% das instituições educacionais na região sofreram algum nível de dano até o mês de julho, segundo a ONU

Por Flávio Monteiro
12 ago 2025, 11h41

“Por muito tempo, dissemos que queremos viver, estudar e viajar. Agora, estamos dizendo que queremos comer”. É dessa forma que a palestina Maha Ali, de 26 anos, sintetizou em entrevista à agência de notícias Reuters a realidade de uma geração inteira de moradores de Gaza que viram suas ambições acadêmicas e profissionais serem substituídas por uma necessidade urgente de sobrevivência em meio à guerra entre Israel e Hamas.

Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, 97% das instituições educacionais em Gaza sofreram algum nível de dano até o mês de julho em decorrência do conflito. Delas, 91% precisam de reformas grandes ou reconstruções completas para voltarem a funcionar plenamente.

“Por causa da guerra, tudo parou. Tudo o que eu tinha construído, o que eu tinha feito, em segundos, desapareceu”, disse Yasmine al-Za’aneen, estudante de 19 anos, à Reuters. Antes do início da guerra, ela estava imersa nos estudos e já trabalhava em um escritório.

O relato da jovem é corroborado pela experiência de Saja Adwan, estudante de 19 anos do Instituto Azhar de Gaza, que viu o prédio onde se dedicava a aprender ser destruído por bombardeios.

“Todas as minhas memórias estavam lá, minhas ambições, meus objetivos. Eu estava realizando um sonho ali. Era uma vida para mim. Quando eu ia ao instituto, me sentia psicologicamente à vontade”, afirmou Adwan à Reuters.

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Quase dois anos de ataques israelenses causaram danos profundos às instituições de ensino da Faixa de Gaza. Para o ministro da Educação da Autoridade Palestina, Amjad Barham, as ações de Tel Aviv têm o objetivo direto de eliminar as escolas e universidades do enclave. Segundo ele, 293 das 307 escolas da região foram total ou parcialmente destruídas.

“A ocupação (Israel) quer matar a esperança de nossos filhos e filhas”, disparou Barham

+ Número de jornalistas mortos em Gaza é maior do que soma de Guerras Mundiais, Vietnã e Ucrânia

O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu justifica suas ações alegando que o Hamas e outros grupos armados palestinos utilizam áreas e estruturas civis como escudo humano contra as ofensivas das Forças Armadas de Israel (IDF, na sigla em inglês). A acusação é rejeitada pelo Hamas, que por sua vez diz que Israel comete ataques indiscriminados contra a população de Gaza, discurso que reverbera dentro da comunidade palestina.

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Israel e Hamas estão em guerra desde 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista empreendeu um massacre que deixou 1.200 pessoas mortas no sul do país, além do sequestro de 251 israelenses. Desde então, mais de 60 mil palestinos morreram em decorrência da ação militar de Tel Aviv em Gaza, quase todos os 2,3 milhões de habitantes do enclave foram deslocados e, na crise humanitária que assola a população, uma em cada três pessoas passa fome.

Um cessar-fogo parece muito distante, com Israel planejando uma nova ofensiva no território palestino, a começar pela ocupação da Cidade de Gaza, maior aglomerado urbano do enclave. No domingo, 10, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o país “não tem outra alternativa a não ser terminar o trabalho e derrotar o Hamas”, e que seu objetivo é entregar o território posteriormente a uma junta árabe, num governo que não terá vínculo com o Hamas ou a Autoridade Palestina.

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