‘Voltamos melhores’, diz Fernández com Kirchner no discurso da vitória
Chapa peronista pediu união nacional após vitória em 1º turno e falou sobre "tempos difíceis" que virão
O peronista Alberto Fernández, presidente eleito da Argentina após ganhar em primeiro turno as eleições deste domingo, convocou os argentinos a se unirem a seu projeto de governo para enfrentar os tempos vindouros que, segundo ele, “não são fáceis”, em referência à crise econômica. Ao lado de sua vice, a ex-presidente Cristina Kirchner, Fernández saudou o retorno do peronismo ao poder. “Há quatro anos venha escutando que não voltaríamos, mas nesta noite voltamos e vamos ser melhores”, declarou.
O líder da coalizão Frente de Todos afirmou que se reunirá na segunda-feira na Casa Rosada com o atual presidente, Mauricio Macri, a quem superou no pleito, para falarem sobre a transição política até 10 de dezembro, quando ele assumirá o cargo.
“Sabem que até 10 de dezembro o presidente é o presidente Macri. Vamos colaborar em tudo o que pudermos colaborar, porque a única coisa que nos preocupa é que os argentinos deixem de sofrer de uma vez por todas”, afirmou Fernández diante de uma multidão de simpatizantes no quartel-general da Frente de Todos, no bairro de Chacarita, em Buenos Aires.
Nas primeiras palavras após a vitória, já reconhecida por Macri, Fernández aproveitou para pedir ao atual governo para que, quando passar à oposição, “seja conscientes do que deixou” e “ajude a reconstruir o país das cinzas”.
“Tomara que esse compromisso de diálogo que nunca tiveram passem a ter”, acrescentou.
O discurso de Fernández girou em torno do consenso e da união. Ele ressaltou que sua coalizão “não é a frente de nós, é a Frente de Todos, nascida para incluir todos os argentinos”.
Fernández reassumiu o compromisso de cumprir todas as propostas que fez durante a campanha eleitoral, entre elas reativar a economia e gerar empregos como chaves para tirar o país da crise.
“Daqui em diante só nos resta cumprir o prometido. Saibam os argentinos que cada palavra que demos e cada compromisso que assumimos foi um compromisso moral e ético sobre o país que devemos cumprir”, acrescentou.
Além disso, ele lembrou o nono aniversário de falecimento do ex-presidente Nestor Kirchner, marido de sua companheira de chapa, Cristina Kirchner.
“Não seria justo que hoje não reconhecesse o que fez por nós e a enorme possibilidade que me deu”, afirmou Fernández, que foi chefe de Gabinete de Kirchner.
(Com EFE)