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Em campanha por reeleição, presidente da Polônia ataca comunidade LGBT

Andrzej Duda tenta angariar base conservadora; pesquisas apontam para um resultado apertado do pleito

Por Da Redação
Atualizado em 10 jun 2020, 16h55 - Publicado em 10 jun 2020, 16h09

Com as eleições marcadas para 28 de junho, o presidente, Andrzej Duda, aumentou a retórica contra a população LGBT da Polônia para angariar maior apoio entre a parcela conservadora da população. Pesquisas eleitorais mostram um resultado apertado num segundo turno entre Duda e Rafal Trzaskowski, filiado ao partido de oposição Plataforma Cívica e prefeito de Varsóvia.

Nesta quarta-feira, 10, o presidente disse que casamento entre pessoas do mesmo sexo ou adoção de crianças por casais LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) fazem parte de uma “ideologia estrangeira”.

Uma de suas principais propostas é a aprovação de um pacote de leis voltados à família e pensionistas. A Polônia é um país majoritariamente católico. O partido ultra-direitista ao qual Duda é filiado, Lei e Justiça (PiS), categoriza a população LGBT como uma “ideologia” estrangeira que busca atacar a família tradicional.

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“Isso (o pacote de leis) é um documento radical que divide a sociedade polonesa, e que inclui normas remanescentes de um dos períodos mais brutais da história polonesa e europeia”, disse Robert Biedron, o candidato à Presidência pela esquerda no país e o político abertamente gay mais conhecido no país, à agência de notícias estatal PAP. Em 2019, um terço das cidades do país se declarou como “zonas livres de LGBTs” após Trzaskowski ter se colocado publicamente à favor do direito de minorias.

O principal alvo de Duda é Trzaskowski. O prefeito de Varsóvia publicou em 2019 uma “declaração dos direitos LGBT” em que defende que a capital tem o compromisso de acolher e dar abrigo a jovens que foram expulsos de casa por conta de sua orientação sexual, além de adotar recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre educação sexual e tolerância nas escolas.

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O presidente afirmou nesta quarta-feira que irá revogar o que foi introduzido porque os “os parentes são responsáveis pela educação de suas crianças (…) Não é admissível que qualquer instituição interfira na maneira em que os parentes educam suas crianças”.

O PiS voltou ao poder em 2015 após uma campanha voltada contra a entrada de refugiados oriundos do Oriente Médio no país. A bandeira atual levantada pelo partido contra a população LGBT é uma renovação da campanha de 2015: uma ameaça à família tradicional.

Sob o governo de Duda, o partido tentou passar reformas no Judiciário que daria ao Executivo o total controle sobre suas decisões. A tentativa não passou batida pela União Europeia, que ameaçou com sanções caso a Polônia permitisse que o presidente interferisse na escolha de juízes para a Suprema Corte.

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O PiS continua a desafiar os ideais da União Europeia sobre democracia, judiciário e liberdades individuais sob o argumento de ingerência externa, apesar de não tocar no assunto de que o país mais recebe dinheiro do bloco europeu do que contribui – em 2018, o país contribuiu com cerca de 4,5 bilhões de dólares e recebeu 18 bilhões.

As eleições de 2020 podem ser um ponto de virada para políticas mais progressistas no país, uma vez que o governo de Duda está sendo criticado pela resposta à pandemia de Covid-19. As últimas pesquisas eleitorais mostram que o presidente venceria um segundo turno com 51.1% dos votos contra 48,9% de Trzaskowski.

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