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Eleições na Inglaterra: quem pode negociar melhor o Brexit?

Os partidos têm propostas completamente diferentes para a saída da União Europeia, que começará a ser negociada 11 dias após a eleição

Por Verônica Sesti, de Londres
Atualizado em 7 jun 2017, 13h10 - Publicado em 7 jun 2017, 13h10

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira, 8, para escolher o governo que, entre tantas responsabilidades, moldará a saída do Reino Unido da União Europeia. O Brexit foi decidido em referendo no ano passado com apenas 51.9% dos votos. As duas principais legendas, Trabalhistas e Conservadores, assim como o partido dos Liberais Democratas têm ideias bastante diferentes para o divórcio dos sócios europeus.

Conheça as principais propostas das legendas para o Brexit:

Os Tories apresentam uma saída mais rígida do bloco, deixando tanto do mercado comum como o acordo de livre circulação de pessoas. Assim como as demais legendas, eles afirmam que irão proteger os direitos dos europeus que já habitam no país, assim como dos britânicos que moram na Europa – porém, irão privilegiar o controle da imigração mais do qualquer outro partido.

A atual primeira-ministra, Theresa May, promete que irá procurar uma relação especial e profunda com a União Europeia (UE), mas garante que, caso não chegue a bons acordos para ao Reino Unido ate o fim das negociações em 2019, preferirá não ter acordo nenhum.

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Os Trabalhistas, por sua vez, tem um plano menos concreto para a saída do Reino Unido da UE. O líder do partido, Jeremy Corbyn, pretende rasgar os planos que o governo de Theresa May arquitetou até agora e moldar o Brexit do zero. Caso eleitos, os trabalhistas tentarão manter o acesso ao mercado comum e, ao contrario dos conservadores, rejeitam a possibilidade de não manter nenhum tipo de acordo com a Europa no futuro.

“Nenhum acordo é, de fato, um mau acordo. É a pior possibilidade porque nos deixaria com as tarifas e restrições da Organização Mundial do Comércio (OMC), em vez do acesso aos mercados europeus de que precisamos. Isso significaria pagar maiores tarifas sobre os produtos que exportamos – um extra de 10% nos carros – com o risco dos principais fabricantes deixarem o país rumo ao continente europeu, levando empregos qualificados com eles. Setor após o setor, o “no deal” pode revelar-se um desastre econômico”, disse Corbyn.

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“Enquanto os conservadores tem uma liderança muito claramente a favor de um Brexit duro, os trabalhadores não são tão precisos em suas propostas. Eles estão divididos também em sua base eleitoral, pois tem dois tipos de eleitores: os apoiadores das cidades grandes e cosmopolitas, que são a favor da imigração e votaram contra o Brexit, e os eleitores nas cidades pequenas e pós industriais, pessoas mais simples que veem seu trabalho tomado pelos imigrantes e votaram para sair do bloco europeu”, diz o cientista político britânico britânico John-Paul Salter, da King’s College London.

Os Liberais Democratas, por fim, apresentam a possibilidade de mais um referendo que daria ao povo a oportunidade de escolher o tipo de Brexit que desejam ter. Entre as opções estariam um Brexit duro, próximo ao de May, e uma saída mais suave, como propõe Corbyn. Permanecer no bloco também seria uma alternativa. O partido quer que o Reino Unido permaneça no mercado comum e é extremamente popular entre os jovens.

 

 

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