Drone ucraniano destrói bombardeiro supersônico da Rússia
Operação destaca a crescente capacidade de Kiev de atingir alvos nas profundezas do território russo
A Ucrânia destruiu um bombardeiro de longo alcance da Rússia usando um drone, de acordo com imagens divulgadas nesta terça-feira, 22. Embora danos a uma única aeronave tenham efeito limitado sobre a potência da atual frota de 60 aeronaves supersônicas de Moscou, a operação destaca a crescente capacidade de Kiev de atingir alvos nas profundezas do território russo.
Imagens postadas nas redes sociais e analisadas por checadores independentes, como a agência de notícias Reuters e a BBC Verify, mostram um avião Tupolev Tu-22 em chamas na base aérea de Soltsy-2, ao sul de São Petersburgo.
Moscou disse nesta terça-feira que derrubou um drone com tiros de armas leves, mas que o equipamento conseguiu “danificar” um avião. A Ucrânia não comentou sobre o ocorrido.
First pictures have emerged regarding the Ukrainian drone attack in the Soltsy-2 airbase. The Russian MoD initially claimed that one plane was only “damaged”, but pictures of this Tupolev Tu-22M3 speak a different language.
Source: https://t.co/Tlec0Df7TY#Russia #Ukraine… https://t.co/fL2E1aGW7a pic.twitter.com/ip4sOE69eT
— (((Tendar))) (@Tendar) August 20, 2023
Satellite images appeared from the Russian Soltsy-2 air base, where a Tu-22M3 strategic bomber was destroyed by a Ukrainian drone.
The pictures also show that after the successful attack, the Russians took away the rest of the planes, likely to Olenya. pic.twitter.com/JZ9sbsZKi7
— NOELREPORTS 🇪🇺 🇺🇦 (@NOELreports) August 22, 2023
A aeronave supersônica Tu-22, da era da Guerra Fria, pode viajar com o dobro da velocidade do som e tem sido amplamente utilizada pela Rússia para atacar cidades na Ucrânia.
Versões modernas como o Tu-22M3 podem atingir velocidades de 2.300 km/h e podem transportar até 24.000 kg de armas, incluindo mísseis teleguiados. Esses aviões foram usados em conflitos na Síria, Chechênia e Geórgia e, mais recentemente, na Ucrânia.
O Ministério da Defesa da Rússia disse em comunicado que um ataque de um “VANT [Veículo Aéreo Não-Tripulado] do tipo helicóptero” ocorreu por volta das 10h, horário de Moscou (08:00 BST), no sábado 19. A localização relatada foi “um aeródromo militar na região de Novgorod”, onde fica a base Soltsy-2.
“O VANT foi detectado pelo posto avançado de observação do aeródromo e foi atingido por tiros de armas pequenas”, disse o ministério. “Um avião foi danificado; não houve vítimas como resultado do ato terrorista.”
O comunicado também disse que um incêndio que começou no estacionamento do aeródromo foi rapidamente extinto.
No entanto, imagens postadas na plataforma de mídia social Telegram mostraram um grande incêndio engolfando um jato com o característico cone do nariz do Tu-22. As fotos são tidas como confiáveis.
Embora a destruição de uma única aeronave tenha pouco efeito sobre a potência da atual frota de 60 aviões supersônicos de Moscou, a operação destaca a crescente capacidade de Kiev de atingir alvos nas profundezas do território russo. Nos últimos meses, o exército ucraniano lançou dezenas de ataques de drones contra Moscou, uma jornada de várias centenas de quilômetros. Soltsy-2 fica a cerca de 650 km da fronteira com a Ucrânia.
De acordo com promotores em Kiev, 30 pessoas foram mortas quando um míssil Tu-22 atingiu um prédio residencial em Dnipro em janeiro. O 52º Regimento de Aviação de Bombardeiros da Guarda da Rússia, baseado em Soltsy-2, teria realizado o ataque.
Na segunda-feira 21, um porta-voz do serviço de inteligência de defesa da Ucrânia disse que outra aeronave militar foi danificada em um ataque de drone na região russa de Kaluga. A mídia russa também relatou o ataque, mas negou que tenha havido qualquer dano.