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Dois atentados matam 48 durante comícios no Afeganistão

Talibã assume autoria dos ataques, planejados para boicotar as eleições presidenciais de 28 de setembro

Por AFP
Atualizado em 17 set 2019, 17h55 - Publicado em 17 set 2019, 17h35

Pelo menos 48 pessoas morreram nesta terça-feira, 17, em dois atentados suicidas na província de Parwan, no Afeganistão, um deles perto de um comício do presidente Ashraf Ghani, que disputa a reeleição. Ghani saiu ileso do local do ataque terrorista, segundo a porta-voz da província, Wahida Shahkar.

No primeiro deles, onde morreram 26 pessoas e 42 ficaram feridas, em Parwan, um homem-bomba em uma motocicleta se explodiu perto do primeiro posto de controle que dava acesso a um comício eleitoral em Charikar, segundo o porta-voz do Ministério do Interior, Nasrat Rahimi. Fontes médicas informaram que há mulheres e crianças entre as vítimas.

Este foi o mais sangrento ataque desde o início da campanha eleitoral, no final de julho, quando um atentado à sede de um partido ligado a Ghani deixou vinte mortos.

Advertência dos talibãs

Outro atentado suicida aconteceu uma hora depois, perto da embaixada dos Estados Unidos, no centro de Cabul. O local já havia sido alvo de outro ataque reivindicado pelos talibãs em 5 de setembro, que causou 12 mortes.

Em comunicado divulgado nesta terça, o Ministério do Interior anunciou que “22 pessoas, entre elas seis membros das forças de segurança, morreram, e outras 38 ficaram feridas neste atentado terrorista”.

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Ao reivindicarem a autoria de ambos os atos, os talibãs lembraram que, no início da campanha eleitoral, advertiram a população a não participar dos comícios. Na época, disseram que fariam todo o possível para boicotar a disputa presidencial, na qual o presidente Ghani busca a reeleição. O pleito está previsto para acontecer em 28 de setembro.

“Nós avisamos. Se agora estão sofrendo baixas, é sua responsabilidade”, disseram os terroristas em um comunicado.

Os insurgentes não conferem qualquer legitimidade às autoridades afegãs de Cabul, com as quais sempre rejeitaram qualquer tipo de diálogo.

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Especialistas e observadores concordam haver alto risco de que a violência aumente devido à recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de cortar suas negociações com os talibãs  sobre a retirada progressiva das forças americanas do país. Trump suspendeu o diálogo, depois que um soldado americano morreu no atentado de 5 de setembro.

O acordo negociado entre os talibãs e Washington previa o início da retirada das tropas americanas em troca de garantias antiterroristas, de uma “redução da violência” e de negociações diretas de paz dos insurgentes com Cabul.

O Exército dos Estados Unidos está presente no Afeganistão desde 2001, quando expulsou os talibãs do poder logo depois do ataque da Al Qaeda de 11 de setembro. Hoje, cerca de 13.000 soldados americanos se encontram estacionados neste território.

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