Disparos adiam visita de inspetores da Opaq a Duma, na Síria
Entrada de equipe estava prevista para esta quarta-feira a fim de investigar o suposto ataque químico na cidade
A visita de inspetores internacionais da Organização para Proibição de Armas Químicas (Opaq) à cidade de Duma, na Síria, prevista para ocorrer nesta quarta-feira, foi adiada em razão de problemas de segurança da equipe. Relatos de tiros e explosão feitos pelo time de reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) motivaram o adiamento para uma data ainda indeterminada.
A equipe de segurança da ONU entrou em Duma para avaliar a situação antes da visita de inspetores da Opaq, anunciada para acontecer nesta quarta. Os inspetores tinham por objetivo investigar se houve de fato um ataque químico na cidade no último dia 7. O embaixador da Síria na ONU havia dito na terça-feira que a missão da Opaq iniciaria seu trabalho em Duma somente se a equipe de segurança da ONU considerasse a situação adequada no local.
Segundo o diretor-geral da Opaq, Ahmet Uzumcu, a equipe da ONU deparou com “disparos de armas leves e a detonação de um explosivo” em um dos dois locais que visitou. Mais cedo, fontes da ONU informaram que a equipe tinha encontrado “uma situação de insegurança”, motivando o adiamento da chegada da Opaq.
O time da ONU retornou a Damasco sem ferimentos. Não há previsão de uma nova data para que os analistas da Opaq entrem na cidade. Tampouco se sabe por que o tiroteio ocorreu.
Histórico
O suposto ataque químico de 7 de abril matou dezenas de pessoas em Duma, de acordo com organizações de ajuda humanitária. O incidente levou os grupos rebeldes que controlavam a cidade a entregarem seu controle ao governo sírio.
O governo de Bashar al-Assad e sua aliada Rússia dizem que o ataque foi forjado como um pretexto para justificar investidas militares que foram realizadas no sábado por Estados Unidos, Reino Unido e França contra a Síria.
Os três países dispararam mísseis contra três alvos sírios no sábado para punir o presidente sírio pelo suposto ataque químico, cuja responsabilidade as potências atribuem ao seu governo. Esta foi a primeira ação coordenada do Ocidente contra Assad em sete anos de guerra.
Um atraso na chegada dos inspetores a Duma tornou-se uma fonte de disputa diplomática, porque os países ocidentais acusam Damasco e Moscou de impedir a missão de investigação. Estados Unidos e a França disseram acreditar que o atraso serviria para destruir evidências do ataque venenoso.
(Com Reuters)