Disney monta força-tarefa para explorar IA e cortar custos, diz agência
Iniciativa teria dado primeiros passos ainda no início deste ano, quando grupo começou a desenvolver aplicativos de inteligência artificial
Em meio à greve de atores e roteiristas, a Disney montou uma força-tarefa para analisar como a Inteligência Artificial (IA) pode ser empregada no maior conglomerado de mídia do mundo, que inclui parques de diversão, produções televisivas e publicidade. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 8, pela agência de notícias Reuters, a partir de depoimentos de funcionários da empresa.
A iniciativa teria dado seus primeiros passos ainda no início deste ano, quando o grupo começou a desenvolver aplicativos de IA em conjunto com startups. No momento, a Disney busca contratar pelo menos 11 funcionários com experiência inteligência artificial ou aprendizado de máquina para as mais diversas áreas de atuação, desde o setor de engenharia da instituição (Walt Disney Imagineering) até os parques temáticos.
A ideia seria, então, criar uma Inteligência Artificial própria de “próxima geração”, como destaca uma das propostas de emprego. Em depoimento à Reuters, um funcionário defendeu que a Disney precisa se adaptar e fomentar as inovações tecnológicas, de forma a não se tornar obsoleta no futuro. Ele explicou, ainda, que a adesão à Inteligência Artificial seria um caminho para reduzir os enormes custos com produções de filmes e séries, que atingem a marca de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhões) em lançamentos como “A Pequena Sereia” (2023).
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Para compensar os investimentos, os filmes precisam de bilheterias arrasadoras. Com a aplicação da IA, uma economia de custos conseguiria ser empregada, de acordo com a fonte. Além disso, os parques de diversão também poderiam contar com os benefícios das máquinas em questões como atendimento ao cliente e interações com personagens. Um ex-funcionário do Imagineering disse que a Disney já colocou a iniciativa em prática com o Projeto Kiwi, que desenvolveu uma réplica do Baby Groot, personagem de Guardiões da Galáxia, capaz de transitar pelos parques.
Apesar dos potenciais aspectos positivos, a Disney tem evitado tratar publicamente da sua parceria com a Inteligência Artificial enquanto roteiristas, especialistas em efeitos visuais e atores entraram em greve após uma escalada de receios de substituição de empregos por máquinas e de contratos que permitem o uso desenfreado da imagem dos artistas, por meio de hologramas e recriações, para sempre.
Um laboratório de pesquisa da Disney na Suíça têm investido maciçamente no aprimoramento da utilização das máquinas e da computação visual há mais de uma década. Os “humanos digitais”, supostamente “indistinguíveis” de personagens de fantasia “manipulados” por atores, estão entre as inovações encabeçadas pelo grupo. Eles defendem, no entanto, que essa tecnologia seria empregada unicamente para intensificar efeitos digitais, sem substituir os interpretes humanos.