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Desnutrição e sarna: pai de brasileiro morto em prisão em Israel denuncia violações

Walid Khaled Abdullah Ahmed foi preso na madrugada de 30 de setembro do ano passado na Cisjordânia, sob a acusação de agredir soldados israelenses

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 abr 2025, 11h05

Khalid Ahmad, pai do brasileiro-palestino de 17 anos morto em uma prisão israelense, disse nesta terça-feira, 1, que o filho “estava enfraquecido devido à desnutrição” e que o adolescente contraiu sarna — uma erupção cutânea contagiosa que é provocada por ácaros, causando coceira intensa — no período em que foi detido. Walid Khaled Abdullah Ahmed foi preso na madrugada de 30 de setembro do ano passado na Cisjordânia, onde vivia, sob a acusação de agredir soldados israelenses.

“Seu corpo estava enfraquecido devido à desnutrição nas prisões em geral”, contou Ahmad à agência de notícias Associated Press, acrescentando que Walid lhe disse: “Não se preocupe comigo”.

Em entrevista à AP, Ahmad relembrou que Walid compareceu a pelo menos quatro audiências em tribunal por videoconferência, com duração de três minutos cada. A próxima sessão estava marcada para 21 de abril. Mais tarde, o pai visitou um amigo do filho, do time de futebol de Walid e que havia sido mantido na mesma prisão. Ele contou a Ahmad que o rapaz havia emagrecido, mas estava bem dentro do possível. Quatro dias depois, receberam a notícia que Walid havia morrido.

“Nós nos sentimos da mesma forma que todos os pais dos prisioneiros e todas as famílias e mães dos prisioneiros”, afirmou Ahmad.

O advogado de Walid, Firas al-Jabrini, disse que as autoridades israelenses negaram seus pedidos de visitas. Três prisioneiros mantidos em celas vizinhas ao do rapaz contaram a al-Jabrini que ele estava sofrendo de disenteria amebiana, uma doença que provoca diarreia grave, vômitos, dores de cabeça e tonturas.

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Acredita-se que a doença tenha se disseminado através da água suja ou do queijo e iogurte que os guardas da prisão trouxeram de manhã e não foram bem conservados enquanto os detentos jejuavam pelo Ramadã, mês sagrado muçulmano.  Segundo o porta-voz da comissão de detentos da Autoridade Palestina, Thaer Shriteh, Wlid desmaiou e bateu a cabeça em uma barra de metal, perdendo a consciência.

“A administração da prisão não respondeu aos pedidos dos prisioneiros por cuidados urgentes para salvar sua vida”, disse ele, com base em testemunhas. “O perigo neste assunto é que as autoridades de ocupação israelenses ainda não tomaram nenhuma ação para impedir esta (doença) e não forneceram nenhum tratamento em geral para salvar os prisioneiros na prisão de Megiddo.”

+ Quem é o brasileiro-palestino morto em prisão em Israel

Brasileiros presos

Estima-se que cerca de 6.000 palestinos de origem brasileira vivem na Cisjordânia, território parcialmente ocupado por Israel. O pai de Walid é brasileiro, mas a família morava agora em Silwad, na região de Ramallah.

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Além disso, de acordo com a Autoridade Palestina, a morte de Walid aumenta para 63 o número de prisioneiros palestinos mortos em prisões israelenses. Ele foi o primeiro menor de idade no rol, segundo dados da Defesa das Crianças Internacional — Palestina.

A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) afirmou que Megiddo, onde Walid estava preso, é “notória pelo uso de tortura com choques elétricos, espancamentos, privação de comida e até uso de cachorros”. De acordo com o jornal israelense Haaretz, não é incomum que detentos sejam despidos, amarrados pelos pés e pelas mãos por dias e privados de comida e cobertores, com vários hospitalizados devido ao abuso.

Desde o início da guerra em Gaza, o governo brasileiro realizou uma série de operações de repatriação de cidadãos. Segundo o Itamaraty, 1.560 brasileiros e familiares próximos foram retirados da região, incluindo Israel, Gaza e Cisjordânia.

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