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Depois de falar com Putin, Trump conversa com Zelensky sobre ‘oportunidades para paz’ 

Telefonemas acontecem às vésperas dos três anos do conflito, em 24 de fevereiro, e pouco depois de declarações duras do secretário de Defesa americano

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 fev 2025, 17h54 - Publicado em 12 fev 2025, 17h16

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou, nesta quarta-feira 12, que conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre “oportunidades para alcançar a paz”, além da preparação de um documento sobre cooperação econômica e de segurança.

“Tive uma conversa significativa com @POTUS. Falamos sobre oportunidades para alcançar a paz, discutimos nossa prontidão para trabalharmos juntos… E as capacidades tecnológicas da Ucrânia… Incluindo drones e outras indústrias avançadas”, escreveu Zelensky no X, antigo Twitter, citando a conta oficial do presidente americano.

Mais cedo, Trump disse ter conversado com seu homólogo russo, Vladimir Putin, marcando o início “imediato” das negociações para encerrar a guerra na Ucrânia. A ligação, que é a primeira troca registrada entre os presidentes desde que Trump assumiu o cargo no mês passado, ocorreu às vésperas dos três anos do conflito, em 24 de fevereiro.

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O líder americano vinha sinalizando há semanas seu desejo de falar com o russo, enquanto trabalha para resolver o conflito na Ucrânia o mais rápido possível – arriscando até prejudicar Kiev no processo.

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“Concordamos em trabalhar juntos, muito próximos, incluindo visitar as nações um do outro. Também concordamos em fazer com que nossas respectivas equipes iniciem negociações imediatamente, e começaremos ligando para o presidente Zelensky, da Ucrânia, para informá-lo da conversa, algo que farei agora mesmo”, escreveu Trump na Truth Social.

O Kremlin confirmou que Trump e Putin conversaram por quase 90 minutos. A ligação também aconteceu após o governo russo endurecer o tom e afirmar que a guerra só poderia acabar nos termos determinados por Putin.

Para uma eventual acordo de paz, o presidente russo, Vladimir Putin, demanda que a Ucrânia abandone os planos de aderir à Otan e retire suas tropas das áreas ocupadas e anexadas pelo lado russo – Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia passaram a fazer parte do mapa da Rússia, por uma decisão unilateral de Putin condenada pela comunidade internacional, ainda em 2022.

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Já Zelensky afirmou, no último domingo 9, que estaria pronto para sentar-se à mesa de negociações com os russos para discutir um acordo de paz, flexibilizando o formato de tratativas. Ele, contudo, afirmou ter uma condição para que isso ocorresse: que exista “um entendimento de que os Estados Unidos e a Europa não nos abandonarão” depois do conflito ser encerrado.

Apesar dos avanços, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, jogou um balde de água fria, também nesta quarta-feira, sobre as ambições da Ucrânia de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a principal aliança militar ocidental, dizendo que a proposta é “irrealista”. Em comentários antes de uma reunião do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia, Hegseth também alertou que Washington não priorizará mais a segurança europeia e ucraniana e não enviará militares em um eventual cenário pós-guerra, já que o governo Trump está focado em proteger suas próprias fronteiras.

“Os Estados Unidos não acreditam que a adesão da Ucrânia à Otan seja um resultado realista de um acordo negociado”, disse o secretário americano, acrescentando que quaisquer garantias de segurança oferecidas à Ucrânia “devem ser apoiadas por tropas europeias e não europeias capazes” e enfatizando que “como parte de qualquer garantia de segurança, não haverá tropas dos EUA enviadas à Ucrânia”.

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Embora a Otan tenha declarado que o caminho da Ucrânia para a adesão é “irreversível”, a aliança não definiu uma data nem emitiu um convite. Diplomatas disseram que atualmente não há consenso entre seus 32 membros para fazer isso. O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, cujo governo tem laços estreitos com a Rússia,  por exemplo, disse à agência de notícias Reuters que “esse país está em guerra e um país em guerra não pode contribuir para a segurança da aliança”.

Alguns analistas e diplomatas sugerem que a Ucrânia poderia receber garantias de segurança de países ocidentais individualmente, em vez de uma garantia da Otan como um todo. Kiev insiste que não aceitaria nada menos do que adesão à aliança, citando sua experiência com um pacto de 30 anos atrás, no qual abriu mão de armas nucleares em troca de garantias de segurança de grandes potências, que se mostraram inúteis.

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