Defesa de Trump encerra caso sobre suborno e decisão fica nas mãos do júri
Ex-presidente dos EUA é acusado de fazer pagamentos ilícitos a uma atriz pornô durante corrida presidencial de 2016
Os advogados do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encerraram sua defesa nesta terça-feira, 21, sem o testemunho do republicano, no julgamento em que é acusado de formar um esquema ilegal para encobrir histórias negativas, incluindo casos extraconjugais, durante a corrida presidencial de 2016.
Acredita-se que o caso será o único de quatro processos criminais contra o candidato republicano a ser julgado antes das próximas eleições, em novembro. Ele se declarou inocente e negou qualquer irregularidade. Agora, a decisão está nas mãos do júri.
A equipe jurídica encerrou o caso após escutar Robert Costello, aliado de Trump e antigo conselheiro do ex-advogado do republicano, Michael Cohen. Nas últimas semanas, Cohen reiterou a existência do esquema encabeçado pelo ex-presidente para impedir que um affair com uma atriz pornô viesse à tona e manchasse sua campanha em 2016, enquanto Trump ainda sofria as consequências de uma gravação vazada em que ele confessava tentar fazer sexo com uma mulher casada e fazia uma série de comentários sexistas.
Os advogados tentaram manchar a reputação de Cohen ao pintá-lo como um funcionário desobediente e obcecado por Trump — estratégia comum da equipe de defesa, focada em desacreditar as testemunhas e não as provas apresentadas. As alegações finais serão apresentadas na semana que vem, tendo o júri sido mandado para casa até a próxima terça-feira, 28.
Embora Trump tenha dito que gostaria de provar sua inocência, não havia expectativa de que fosse chamado para depor pela sua equipe. Não é comum que réus se coloquem à disposição para testemunhar. Ele, por sua vez, denuncia o julgamento como uma perseguição da Justiça com motivação política, para comprometer sua atual campanha para a Casa Branca.
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Entenda o caso
Ao todo, o ex-líder americano enfrenta 34 acusações de falsificação de registros comerciais para supostamente encobrir o pagamento de US$ 130 mil (cerca R$ 664 mil) feito à ex-atriz pornô Stormy Daniels, para comprar o silêncio sobre um affair com Trump às vésperas das eleições, da qual ele saiu vitorioso. O encontro sexual teria ocorrido em 2006, quando o republicano já era casado com Melania.
A informação foi publicada dois anos depois pelo jornal americano The Wall Street Journal. Um mês após a denúncia, Cohen disse que não recebeu instruções de Trump e usou seu próprio dinheiro para pagar Daniels, pelo qual não teria recebido reembolso. Mas a declaração caiu por terra com o passar dos meses, e ele então se voltou contra o ex-presidente e acusou-o de ser responsável pelo esquema.